Camilo alerta gestores sobre crise hídrica e financeira
Após
a Funceme anunciar que em 2016, o Ceará pode ter mais um quinto ano de
seca, problemática que deve ser agravada pela recessão econômica
instalada no Brasil, o governador Camilo Santana (PT) orientou, ontem,
os prefeitos de todos os municípios do Ceará, que “esse é um momento que
exige dos gestores muita cautela, rigor nos gastos públicos, muito
controle e muita criatividade”. A fala do petista foi dita à imprensa,
antes de participar do Seminário Prefeitos do Ceará, no Centro de
Eventos.
Diante
da insegurança hídrica do Estado, Camilo frisou que o Ceará tem uma
equipe permanentemente monitorando todos os municípios, assim como o
nível de criticidade, para saber qual ação deve adotar em cada um,
contudo, destacou que não há nenhuma mágica para minimizar os problemas,
se não for, principalmente, cavando poços e instalando adutoras.
“Porque não tem mágica. Ou é adutora de onde tem água para tirar, como
fizemos em Crateús pra não faltar água, ou é perfuração de poços que
estamos intensificando, inclusive, estou pensando em fazer novas
licitações para mais poços e, terceiro, é operação carros-pipa”, disse
Camilo, dando conta ainda de que 2015 não será um ano fácil,
principalmente, a partir do segundo semestre. “Mas, todo o esforço,
empenho nas ações estão sendo feitas”, acrescentou.R$ 70 milhões
Segundo o governador, o ministro da Integração, Gilberto Magalhães Occhi, virá no próximo mês, anunciar o montante de recursos que foi solicitado ao Governo Federal, quando se entregou à presidente Dilma Rousseff (PT) e ao próprio ministro o Plano de Convivência da Seca do Estado. “A previsão é que seja em torno de R$ 70 milhões para a instalação de algumas adutoras, de onde ainda temos água para trazer, como Quixeramobim. Já vou iniciar a licitação, porque sabemos que entre julho e agosto, vamos ter problema de água naquela região”, frisou.
Conforme ainda o chefe do Estado, o Ceará ainda receberá R$ 22 milhões do Ministério, para intensificar nas áreas urbanas dos municípios, outras ações que minimizem a seca. “Até porque a área rural quem faz é o Exército. Não há alternativa, a não ser essas três”, ponderou.
Seminário
Sobre o evento que reuniu os prefeitos do Estado, Camilo colocou para os gestores desafios, como administrar problemas de recursos hídricos, da economia, saúde e segurança. “É preciso perceber quais são os mecanismos que os gestores podem utilizar para melhorar a eficiência na arrecadação, principalmente os gestores municipais que, muitas vezes, poderiam estar arrecadando mais, contudo faltam ferramentas, condições para isso, como também no controle dos gastos públicos.”
O prefeito de São Gonçalo do Amarante, Claudio Pinho, reclamou que há vários projetos que foram licitados na gestão de Cid Gomes (Pros), mas que Camilo freou. Para o prefeito, São Gonçalo é um município que precisa estar muito ligado às ações governamentais.
Prefeitos relatam dificuldade de continuar projetos
Entre os problemas mais pertinentes aos municípios, segundo alguns prefeitos que participaram do seminário, é a dificuldade de tocar projetos por falta de recursos, principalmente os relacionados à estiagem.
“Nós temos problemas que são comuns a todos os municípios cearenses, que é a escassez de recursos por conta de uma ação nacional e que está presente no plano federal e no estadual”, destacou o prefeito de Sobral, Veveu Arruda (PT). Conforme o petista, o problema da falta de água é o que mais repercute na qualidade de vida do município. Segundo o gestor, continuará a cobrar do Governo Estadual, recursos para a educação e saúde.
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