A Câmara Municipal de Fortaleza realiza no próximo dia 30
audiência pública para discutir o direito à moradia na capital. O
requerimento é de autoria do Mandato Ecos da Cidade | Vereador João
Alfredo (PSOL), em articulação com a Associação dos Defensores Públicos
do Estado do Ceará (ADPEC), e tem como objetivo discutir as modificações
no Plano Diretor Participativo de Fortaleza (PDP).
Desde a
aprovação do PDP, em 2009, Fortaleza possui mecanismos urbanísticos para
favorecimento da política de habitação, como as Zonas Especiais de
Interesse Social (Zeis). As Zeis são um tipo de zoneamento em que se
aplicam regras especiais de uso e ocupação do solo em áreas já ocupadas
ou que venham a ser ocupadas por população de baixa renda para garantia
do direito constitucional à moradia. A falta de regulamentação destas
zonas pelo Executivo, entretanto, favorece a especulação imobiliária e
dificulta o acesso da população às políticas habitacionais.
Em
setembro de 2013, a ADPEC promoveu, em parceria com a Federação de
Bairros e Favelas de Fortaleza, o Seminário Habitação e Moradia –
Responsabilidade de Todos. O encontro reuniu poder público e movimentos
sociais para debater a efetivação das políticas públicas de habitação no
município. De acordo com a presidente da Associação, Sandra Sá, aquele
Seminário teve, ainda, o intuito de buscar encaminhamentos para
modificar a forma como são feitas as remoções compulsórias.
Segundo
levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea), o déficit habitacional na Região Metropolitana de Fortaleza é de
117 mil unidades habitacionais, sendo a capital do Ceará a 6ª pior em
déficit habitacional do Brasil. Em todo o estado, faltam mais de 298 mil
moradias. Como encaminhamento do Seminário Habitação e Moradia, a
audiência pública que será realizada na Câmara Municipal de Fortaleza dá
continuidade ao debate sobre a implantação das políticas públicas de
moradia.
Dessa forma, foram convidados para a audiência pública
representantes do poder público (Defensoria Pública do Estado do Ceará,
Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado, Habitafor, Associação
Cearense do Ministério Público, Seuma e Iplanfor); representantes de
entidades da sociedade civil (Federação de Bairros e Favelas de
Fortaleza, Cearah Periferia); movimentos sociais (Movimento dos
Trabalhadores Sem-Teto, Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas) e
pesquisadores do tema (Laboratório de Estudos da Habitação/UFC).
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