Compulsão por redes sociais já é catalogada como doença
Distúrbios têm tratamento especial na UFRJ
Rio - O uso compulsivo de redes sociais pode
estar encobrindo distúrbios como ansiedade e pânico. Já há até uma
doença catalogada, a Depressão do Facebook. “A tecnologia não é um
problema, ela otimiza o tempo. Mas, quando é ela mal usada, pode causar
transtornos. Geralmente as pessoas percebem que estão com problemas
quando o uso da rede social começa a gerar conflitos na vida real”,
explica Eduardo Guedes, diretor do Instituto Delete, da UFRJ, que
oferece tratamento para esse problema.
O jornalista Nelson Vasconcelos
informou em sua coluna no DIA, ‘Digital & Tal’, a existência da
clínica que reabilita os viciados online. Desde 2012, quando começaram
os atendimentos, a quantidade de pacientes triplicou. Em três anos, mais
de 400 pessoas já procuraram o instituto para tentar curar a
dependência.
A procura só aumenta. No início do
projeto, cerca de dez pessoas por semana iam até o instituto em busca de
terapia. Atualmente, entre a primeira visita e a revisão, os
atendimentos semanais já chegam a 40.
Com o tratamento variando entre
quatro e oito semanas, o uso imoderado de celular, principalmente, pode
ser controlado. O grupo formado por profissionais das áreas de Saúde,
Tecnologia, Psiquiatria e Comunicação elaborou um questionário online
para o internauta avaliar se deve procurar ajuda. Segundo Guedes, usar
redes sociais não é um problema. O vício começa quando o tempo é gasto
sem que a pessoa consiga se controlar. Ele cita o exemplo dos que pegam o
celular para determinada atividade, mas que esquecem o que iriam fazer
por ficar vendo mensagens ou postagens.
O despachante Marcelo Corrêa, de 42
anos, sofreu por anos com ansiedade sem que soubesse o diagnóstico. Um
dia, por recomendação de um amigo, procurou o Delete e se submeteu a um
tratamento de dois meses. Ele já sabe equilibrar o uso da internet.
“Consigo controlar os sintomas e me livrei dos remédios”, diz.
A especialista em marketing Maura
Xerfan acredita que usa as redes sociais por mais de dez horas por dia. E
admite que talvez precise de ajuda para não passar a vida dentro da
tela de um computador ou celular. Maura sofre de insônia porque quando
acorda à noite sempre checa o celular: “Quando é algo interessante, me
perco na leitura. Quando vejo já se passaram horas. Nessa semana, li por
mais de uma hora e meia durante a madrugada”.
Do jornal O Dia.
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