O Pecém põe o Ceará perto da Itália


Ceará efetiva acordo comercial com Itália
As relações comerciais entre o Brasil e a Itália serão ainda mais fortalecidas pelo Estado do Ceará que assinou, ontem, um acordo comercial entre a Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Companhia de Integração Portuária do Ceará (Cearaportos), Câmara de Comércio Ítalo-brasileira do Nordeste (CCIE), Câmara de Comércio de La Spezia (CCIAA), Distrito das Tecnologias Marinas da Região Ligúria (DLTM) e Autoridade Portuária de La Spezia. Com isso, o Ceará vai estreitar relações econômico-sociais com a Itália, através do novo canal comercial direto entre o Porto do Pecém e o Porto de La Spezia, no Norte da Itália, proporcionando uma aproximação integrada e eficiente entre Brasil e Europa, além de países do Norte da África e do Oriente Médio.
Previsto inicialmente para funcionar durante três anos, com possibilidade de prorrogação, o acordo tem como finalidade agilizar o desenvolvimento comercial entre os dois complexos portuários. A ideia é incluir o Porto do Pecém ao projeto europeu WiderMos, coordenado pela equipe do terminal portuário. Trata-se de uma única plataforma tecnológica capaz de realizar uma interface entre os sistemas informatizados dos portos participantes, com o objetivo de assegurar e agilizar a gestão dos processos logísticos. Segundo o senador Lorenzo Forcieri, que também é a Autoridade Portuária de La Spezia, os ganhos com a implantação deste projeto chegam a 25% na operacionalização dos terminais portuários onde já existe, como Barcelona (Espanha), Porto (Portugal), entre outros. “Este programa faz com que todos os operadores da cadeia logística usem uma plataforma com a mesma linguagem de informática, facilitando as operações nos portos”, disse Forcieri.

Cooperação
De acordo coma vice-governadora Izolda Cela, que representou Camilo Santana, a assinatura do acordo comercial com a Itália é de grande importância para o Ceará, pois estabelece cooperação com um porto internacional robusto, com grande movimentação de mercadorias. “Também trará para o Porto do Pecém uma plataforma tecnológica, no sentido de facilitar a logística das operações de embarque e desembarque, o que faz muita diferença hoje em dia. E a possibilidade de um desdobramento de melhorias econômicas aqui na região é o que esperamos, inclusive formação profissional, dentre outras”, salientou.
Para o diretor da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Ferruccio Feitosa, este é um dos primeiros passos para que o Porto do Pecém possa ser transformado em um HUB, representando a porta de entrada no País. “A gente dá um grande passo, quando faz uma parceira com um porto importante da Europa, como é o de La Spezia, que tem uma grande movimentação de cargas por ano. Então, o Ceará tem tudo para passar a ser visto por outros países, de outras regiões, para que possamos estreitar relações comerciais. Será montado um grupo de trabalho para fazer com que essa parceria seja mais bem aproveitada, sendo não apenas um canal direto para o mercado europeu, como o norte da África e o Oriente Médio. E as frutas são os primeiros produtos que deveremos exportar para lá. Além disso, o WiderMos será implantado aqui no Pecém, juntamente com o Porto de Nova York”, asseverou.
O cônsul da Itália em Recife, Angelo Maria Biccirè, também participou da assinatura do acordo comercial, juntamente com o presidente da Cearaportos, Erasmo da Silva Pitombeira, e outras autoridades cearenses e italianas. O representante italiano afirmou que o Nordeste é a região brasileira com maior potencial de crescimento. Por isso, o interesse em parcerias deste tipo. “Para a economia crescer, hoje em dia, é a presença de portos, pois eles escoam a produção. O Nordeste é muito favorecido por isso, começando pelos portos de Salvador e Suape, agora o Pecém, além do Porto de Itaqui, no Piauí, fazendo com que tenha potencial futuro muito elevado, para produzir e para escoar esta produção para o mundo inteiro. O Porto de La Spezia não é um dos maiores, mas lidera a aplicação da tecnologia nos portos. Então, o que pode trazer esta joint venture, entre estas duas unidades portuárias, é melhorar o uso da tecnologia no Pecém, além de estabelecer um canal comercial entre a Europa e a América do Sul. E tudo depende das empresas que o Estado do Ceará conseguir atrair, para produzir aqui e exportar”, lembrou.

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