Quando a Veja falou em Eunício Oliveira nessas arrumações de lava jato, dinheiro pra lá e pra cá, não liguei a mínima. Não acredito na Veja e em muitos outros órgãos da chamada grande imprensa. Eu sei como são feitas as notícias e as salsichas. Mas, e na vida tudo tem um mas, o Estado publicou matéria que passa por Eunicio com resposta do Kakay, advogado dele.
Espie aí:
‘Ultrapassei os limites morais e éticos’, diz delator que admitiu propinas para cúpula do PMDB
Por Gustavo Aguiar, Fabio Fabrini e Fabio Serapião, de Brasília
Ex-executivo da Hypermarcas Nelson Mello
disse pagou R$ 30 milhões ao operador Milton Lyra que teriam ido para
Romero Jucá, Eduardo Braga, Renan Calheiros e Eunício Oliveira
Renan Calheiros. Foto: Ed Ferreira/Estadão.
Em acordo de delação premiada assinado com a Procuradoria-geral da
República, o ex-executivo da Hypermarcas, Nelson Mello, contou que
procurou os investigadores após perceber que “ultrapassou os limites
morais e éticos” ao efetuar pagamentos para ao lobista Milton Lyra.
Segundo o delator, ao tomar consciência dos erros, ele teria ficado
incomodado e resolveu procurar o Ministério Público.
Como o
Estado revelou, aos procuradores, Mello
detalhou e apresentou provas do repasse de cerca de R$ 30 milhões para
Lyra. Os valores, segundo o delator, teriam como destino os senadores
Romero Jucá, Eduardo Braga, Renan Calheiros e Eunício Oliveira – todos
do PMDB.
Romero Jucá. Foto: Estadão
No depoimento, Mello disse que ao conhecer Lyra na antessala do
ex-senador Gim Argello, atualmente preso, “chamou a atenção do depoente a
abertura de relacionamentos de Milton no Senado e que Milton
gentilmente apresentou pessoas no Senado, sem falar de vantagens ou
pagamentos”. Ainda segundo o delator, após essa apresentação, já em
2013, Milton o procurou pedindo R$ 2 milhões para ajudar amigos que
teriam despesas de atividades políticas”.
Eduardo Braga. Foto: André Dusek/Estadão
Sobre esses “amigos” que seriam ajudados, o delator apontou que
“ainda antes do pedido de dinheiro” encontrou “Romero Jucá em relação
institucional por intermédio de Milton e que foi à casa da Presidência
do Senado, quando era presidente Renan Calheiros”. De acordo com Mello,
nessas ocasiões, ele conheceu “diversos senadores, como Eunício
Oliveira, Eduardo Braga e Renan Calheiros” e percebeu que Milton “era
respeitado e tinha prestígio” entre eles. Quando recebeu o pedido de
pagamento de Lyra, Mello “viu que fazia sentido pagar porque este tinha
vários amigos e dizia que os Senadores ajudavam as bases, tinham
despesas de campanha”.
Eunício Oliveira. Foto: André Dusek/Estadão
No despacho em que autorizou as buscas na casa e nas empresas de
Lyra, o ministro do STF, Teori Zavascki, pontuou que as declarações do
colaborador “surgem já corroboradas, total ou parcialmente, pelo
depoimento prestado por Delcídio do Amaral”. Em seu acordo, o senador
cassado faz alusão a Milton Lyra como pessoa” que tem uma atuação muito
forte com fundos de pensão e sistema financeiro” e uma “proximidade
direta com o senador Renan Calheiros”.
COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA ANTONIO CARLOS DE ALMEIDA CASTRO, O KAKAY, ADVOGADO DO SENADOR EUNÍCIO OLIVEIRA
O criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, rechaçou
categoricamente o envolvimento do senador Eunício Oliveira no suposto
esquema de corrupção.
“O Milton (Lyra) não tem nenhuma relação com o grupo do Eunício. O
Euníciol conhece o Milton socialmenbte, em Brasília, três ou quatro
vezes eles se encontraram. Ontem (quinta-feira, 30) à noite estive
pessoalmente com o Milton, ele disse que nunca falou sobre o Eunício com
o Ricardo.”
Na avaliação de Kakay, ‘estão colocando o Eunício num bolo que não é devido’.
“Eunício fez uma campanha para o governo absolutamente declarada à
Justiça eleitoral. Não há nenhuma irregularidade na relação dele com
essas empresas. Desde que o Eunício entrou para a política, ele sequer
frequenta a sede da confederação, não tem nenhuma relação. Ele é
acionista, mas não participa da administração.”
Eunício de Oliveira, segundo o criminalista Kakay, desconhece que
Milton Lyra seria um elo de sua campanha ao governo do Ceará. “Todo
mundo conhece socialmente o Milton, mas não tem nenhum contato político
do Eunício com ele. Essa história do Nelson (Mello, delator do caso
Hypermarcas) que o Milton Lyra apresentou é absolutamente falsa. Não
coloquem o Eunício num bolo que não é dele.”
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