Tipos de inflação
A
literatura econômica brasileira, talvez em virtude da convivência da
economia nacional com o problema, tem sido relativamente
pródiga no que diz respeito a determinadas situações
inflacionárias(custo, demanda, setorial, importada, reprimida,
corretiva, etc). Vale comentar, resumidamente, as chamadas inflação
reprimida e corretiva. A primeira pode ser entendida quando fatores
artificiais
no mercado, como tabelamentos ou subsídios, força a fixação de preços
abaixo daqueles que seriam praticados, considerando-se a interação da
oferta e da procura. Fenômenos dessa natureza podem ser observados
quando o Governo pretendeu, em última análise, ampliar
seus benefícios à população, via redução de preços, mesmo ocorrendo o
risco de favorecer o surgimento de efeitos colaterais negativos, tais
como o desestímulo à produção, em consequência de um tabelamento
inadequado, ou então a execução da atividade em níveis
de baixa produtividade, decorrente de uma política inadequada de
subsídios. Por sua vez, a inflação corretiva apareceu por ocasião da
eliminação desses fatores artificiais, pois eliminando-os, os preços
rapidamente se estabeleceram num nível superior
ao vigente no mercado. Saliente-se que no Brasil
a inflação reprimida aconteceu quando da aplicação dos
discutíveis mecanismos(tabelamentos e subsídios) aos serviços de
utilidade pública, com destaque para energia, transportes e
comunicações. As tarifas ficaram abaixo dos níveis de mercado(inflação
reprimida). Ao se eliminar os mencionados mecanismos, os preços
subiram(inflação corretiva).
Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC-Ex Governador do Ceará e meu amigo.
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