Álvaro Dias (Podemos), senador pelo Estado do Paraná e pré-candidato à
Presidência, considera que os governantes têm sido “frouxos” no trato
com as forças criminosas na esfera da segurança pública. A declaração
foi dada na tarde de ontem (21), em coletiva de imprensa na capital
cearense.
Segundo ele, os criminosos estão se sentindo “mais poderosos” do que os representantes do Estado. Com isso em vista, a parte mais importante da solução, conta ele, é que os governantes se imponham e restabeleçam essa posição de autoridade – o que não custa dinheiro, diferente da maior parte dos outros métodos. Ele defende que se adote uma política de tolerância zero frente à corrupção e criminalidade.
Ele reconhece, por outro lado, que os governadores dos estados não têm tido apoio da União para combater esse problema. “O Governo Federal tem renunciado sua responsabilidade em relação à segurança, tanto que a execução orçamentária é uma lástima”, conta. Além disso, percebe que a situação tem piorado com o tempo, lembrando que quando foi governador de seu estado – há 27 anos – a responsabilidade maior ainda era do Governo do Estado, mas o Ministério da Justiça contribuía de modo mais ativo do que hoje.
Nordeste
O avanço da desertificação do Semiárido é um dos principais problemas apontados pelo pré-candidato sobre a Região Nordeste. Segundo ele, a melhoria vem a partir da mudança da matriz energética, devendo-se dar mais atenção ao gás, ampliando sua rede de distribuição e os gasodutos já existentes.
Além disso, defende que seja tomada a iniciativa da dessalinização de água do mar, de modo a aliviar o problema da seca. Ele conta que em viagem a Israel, onde 60% de toda a água consumida (incluindo irrigação), percebeu que há interesse de investidores da área no Brasil e que, se lá isso foi possível, certamente também será aqui.
Os custos com esse projeto seriam financiados a partir de um novo planejamento acerca da matriz energética, pensando não apenas no gás, mas também em fontes de energia renováveis. Ele chama a atenção para as energias eólica e solar, tendo em vista a aptidão que os estados do Nordeste têm para esses tipos de produção energética.
Álvaro Dias, pré-candidato à Presidência, conta que o foco do Podemos, nestas eleições, é o Executivo federal, levando em conta o objetivo principal do partido é a ruptura do sistema político hoje vigente no Brasil e a criação de um novo modelo.
No entanto, haverá no Ceará candidaturas ao Senado, à Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados. Alberto Bardawill, empresário e presidente da Rede União de Rádio e Televisão, será o candidato da legenda para senador no estado e conta que se sente satisfeito em trabalhar junto ao partido. “Temos o mesmo pensamento e vamos marchar nessa trilha, acabar com a corrupção fazer uma mudança geral, por isso que eu aceitei o convite”, diz ele.
No Ceará, o Podemos é oposição ao Governo do Estado, conta Álvaro Dias. Possíveis alianças até o período eleitoral serão discutidas dentro da cúpula partidária até o mês de julho. “Estamos nascendo ainda, aqui, no Ceará, e a vantagem é que nasce limpo”, diz ele. “Não considero que tem partidos políticos no Brasil, tem siglas para eleger candidaturas, alimentadas pelo fundo partidário. Por isso, passamos a presenciar uma fábrica de siglas, 35 partidos registrados e 60 na fila, isso é uma imoralidade.”
Senador avalia
que eleitor vai
acompanhar debate
O jornal o Estado também conversou com o senador Álvaro Dias sobre o distanciamento dos eleitores da política e sobre o desafio de organizar as contas públicas.
Jornal O Estado – Como convencer o eleitor a participar do processo eleitoral em um ambiente de descrédito político?
Álvaro Dias – Ele participará, é competitivo. Esse momento agora é de distanciamento, mas quando o jogo começar e a competição se apresentar aos olhos da nação, ele vai se interessar, será despertado pelo debate. Pessoas lúcidas e conscientes não podem se omitir, porque se a escolha for infeliz o País continua sangrando e o distanciamento dos lúcidos propicia espaço para a infelicidade da escolha.
Um dado: 40% de tudo que se produz no país vai para os cofres públicos. Em apenas dois itens, 65% desaparecem, com a folha de pessoal do serviço público e a previdência. E, se incluir todos os outros itens da transferência de renda, chega a 80%. E a dívida pública? Os juros da dívida? Chega a R$ 1,3 trilhão esse ano, equivale a 50% do orçamento, a conta não fecha de jeito nenhum. Se não fizer a substituição do sistema e a refundação da república, com todas as mudanças necessárias, o País se torna ingovernável, como está ingovernável.
OE – Isso inclui a previdência?
AD – Inclui. Até a palavra “reforma” está desgastada, prefiro até usar outra expressão, modernização da previdência, atualização da legislação previdenciária. É preciso medidas preliminares importantes, dizer à população o que aconteceu, apresentar o balanço e cobrar os devedores, grandes devedores. São R$ 400 bilhões de inadimplência, mais de R$ 200 bilhões de grandes devedores, JBS, Eike Batista, bancos públicos e privados, partidos políticos… Não são cobrados. Como botar a mão no bolso do aposentado humilde se os grandes não pagam? E o pior é que o Governo financia o enriquecimento dos grandes, através do BNDES. A JBS deve R$ 2,8 bilhões pela previdência, não houve acerto dessa dívida, Eike Batista mesma coisa. É evidente que a população não aceita, e administração pública hoje é metade gestão e metade comunicação. Sem comunicação a melhor gestão possível fracassará, porque sem o apoio da população não haverá êxito para nenhum projeto de governo.
Segundo ele, os criminosos estão se sentindo “mais poderosos” do que os representantes do Estado. Com isso em vista, a parte mais importante da solução, conta ele, é que os governantes se imponham e restabeleçam essa posição de autoridade – o que não custa dinheiro, diferente da maior parte dos outros métodos. Ele defende que se adote uma política de tolerância zero frente à corrupção e criminalidade.
Ele reconhece, por outro lado, que os governadores dos estados não têm tido apoio da União para combater esse problema. “O Governo Federal tem renunciado sua responsabilidade em relação à segurança, tanto que a execução orçamentária é uma lástima”, conta. Além disso, percebe que a situação tem piorado com o tempo, lembrando que quando foi governador de seu estado – há 27 anos – a responsabilidade maior ainda era do Governo do Estado, mas o Ministério da Justiça contribuía de modo mais ativo do que hoje.
Nordeste
O avanço da desertificação do Semiárido é um dos principais problemas apontados pelo pré-candidato sobre a Região Nordeste. Segundo ele, a melhoria vem a partir da mudança da matriz energética, devendo-se dar mais atenção ao gás, ampliando sua rede de distribuição e os gasodutos já existentes.
Além disso, defende que seja tomada a iniciativa da dessalinização de água do mar, de modo a aliviar o problema da seca. Ele conta que em viagem a Israel, onde 60% de toda a água consumida (incluindo irrigação), percebeu que há interesse de investidores da área no Brasil e que, se lá isso foi possível, certamente também será aqui.
Os custos com esse projeto seriam financiados a partir de um novo planejamento acerca da matriz energética, pensando não apenas no gás, mas também em fontes de energia renováveis. Ele chama a atenção para as energias eólica e solar, tendo em vista a aptidão que os estados do Nordeste têm para esses tipos de produção energética.
Álvaro Dias, pré-candidato à Presidência, conta que o foco do Podemos, nestas eleições, é o Executivo federal, levando em conta o objetivo principal do partido é a ruptura do sistema político hoje vigente no Brasil e a criação de um novo modelo.
No entanto, haverá no Ceará candidaturas ao Senado, à Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados. Alberto Bardawill, empresário e presidente da Rede União de Rádio e Televisão, será o candidato da legenda para senador no estado e conta que se sente satisfeito em trabalhar junto ao partido. “Temos o mesmo pensamento e vamos marchar nessa trilha, acabar com a corrupção fazer uma mudança geral, por isso que eu aceitei o convite”, diz ele.
No Ceará, o Podemos é oposição ao Governo do Estado, conta Álvaro Dias. Possíveis alianças até o período eleitoral serão discutidas dentro da cúpula partidária até o mês de julho. “Estamos nascendo ainda, aqui, no Ceará, e a vantagem é que nasce limpo”, diz ele. “Não considero que tem partidos políticos no Brasil, tem siglas para eleger candidaturas, alimentadas pelo fundo partidário. Por isso, passamos a presenciar uma fábrica de siglas, 35 partidos registrados e 60 na fila, isso é uma imoralidade.”
Senador avalia
que eleitor vai
acompanhar debate
O jornal o Estado também conversou com o senador Álvaro Dias sobre o distanciamento dos eleitores da política e sobre o desafio de organizar as contas públicas.
Jornal O Estado – Como convencer o eleitor a participar do processo eleitoral em um ambiente de descrédito político?
Álvaro Dias – Ele participará, é competitivo. Esse momento agora é de distanciamento, mas quando o jogo começar e a competição se apresentar aos olhos da nação, ele vai se interessar, será despertado pelo debate. Pessoas lúcidas e conscientes não podem se omitir, porque se a escolha for infeliz o País continua sangrando e o distanciamento dos lúcidos propicia espaço para a infelicidade da escolha.
Um dado: 40% de tudo que se produz no país vai para os cofres públicos. Em apenas dois itens, 65% desaparecem, com a folha de pessoal do serviço público e a previdência. E, se incluir todos os outros itens da transferência de renda, chega a 80%. E a dívida pública? Os juros da dívida? Chega a R$ 1,3 trilhão esse ano, equivale a 50% do orçamento, a conta não fecha de jeito nenhum. Se não fizer a substituição do sistema e a refundação da república, com todas as mudanças necessárias, o País se torna ingovernável, como está ingovernável.
OE – Isso inclui a previdência?
AD – Inclui. Até a palavra “reforma” está desgastada, prefiro até usar outra expressão, modernização da previdência, atualização da legislação previdenciária. É preciso medidas preliminares importantes, dizer à população o que aconteceu, apresentar o balanço e cobrar os devedores, grandes devedores. São R$ 400 bilhões de inadimplência, mais de R$ 200 bilhões de grandes devedores, JBS, Eike Batista, bancos públicos e privados, partidos políticos… Não são cobrados. Como botar a mão no bolso do aposentado humilde se os grandes não pagam? E o pior é que o Governo financia o enriquecimento dos grandes, através do BNDES. A JBS deve R$ 2,8 bilhões pela previdência, não houve acerto dessa dívida, Eike Batista mesma coisa. É evidente que a população não aceita, e administração pública hoje é metade gestão e metade comunicação. Sem comunicação a melhor gestão possível fracassará, porque sem o apoio da população não haverá êxito para nenhum projeto de governo.
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