Opinião

Só falta a “Rota na Rua” de Maluf nos anúncios de Alckmin na TV

A campanha eleitoral ainda não começou oficialmente, mas a disputa pela bandeira da segurança pública já está no ar nos intervalos comerciais na televisão.
Depois que o presidente Michel Temer decretou a intervenção militar na segurança do Rio, e fez dela o carro-chefe da sua possível campanha à reeleição, os outros pré-candidatos também foram à luta, roubando o discurso armamentista de Jair Bolsonaro.
Empacado nas pesquisas, o governador paulista Geraldo Alckmin, presidenciável do PSDB, deflagrou uma milionária campanha de anúncios sobre as conquistas da sua polícia que fazem lembrar a antiga propaganda de Paulo Maluf, quando premetia colocar a “Rota na rua”.
Às vésperas de deixar o cargo para entrar em campanha, a propaganda do governador, que não aparece no vídeo porque a lei eleitoral proíbe, ocupa espaço em todas as redes de televisão do Estado com comerciais de um minuto de duração.
É um bombardeio diário anunciando que São Paulo aumentou o número de policiais de 32 mil para 120 mil, uma tropa “maior do que o exército da Argentina”.
Não foram divulgados os custos da veiculação da campanha, só os de produção da agência Lua Branca, no valor de R$ 400 mil.
Para não perder o bonde, o presidente Temer irá sexta-feira ao Rio para fazer um balanço do primeiro mês de intervenção.
E Jair Bolsonaro, o candidato da “bancada da metralhadora”, anunciou no Estadão que se for eleito vai criar campos de refugiados para venezuelanos em Roraima. “Já temos problemas demais aqui”, justificou.
A seguir nessa marcha batida, a campanha de 2018 promete virar um grande bangue-bangue que vai deixar saudades dos tempos da assustadora polícia de Paulo Maluf que, por ironia do destino, está agora preso em Brasília.
Vida que segue.

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