Privada em público

O DIA MUNDIAL DA ÁGUA EM BRASÍLIA
Ontem, no Dia Mundial da Água, o jornalista Jonathan Watts escreveu no Guardian sobre o contraste entre os discursos dos chefes de estado e CEOs, feitos no Fórum Mundial da Água (o FMA que acontece em Brasília), e um dos maiores problemas enfrentados pela conservação deste precioso bem comum: a impunidade e a falta de proteção para os defensores da água de comunidades tradicionais. Depois de descrever vários problemas sofridos por comunidades ribeirinhas e grupos indígenas, Watts reconhece que o Fórum mostra claramente o crescimento da importância da segurança hídrica na agenda política, mas lembra que o foco ainda recai na exploração da natureza ao invés de sua proteção, e ressalta que os ativistas comunitários, os reais defensores das águas e dos rios, ainda são deixados de fora.
Ontem, também em Brasília, do lado de fora do FMA, a SOS Mata Atlântica instalou uma privada imensa para demandar saneamento já.
A organização divulgou um levantamento sobre a qualidade da água de 230 rios, córregos e lagos da Mata Atlântica. Apenas 4,1% (12) dos 294 pontos de coleta avaliados apresentaram qualidade de água boa, enquanto 75,5% (222) mostraram situação regular e 20,4% (60) qualidade ruim ou péssima. Ou seja, em 96% dos pontos monitorados a qualidade da água não é boa e está longe do que a sociedade quer para os rios.

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