Entenda por que Jair Bolsonaro está despencando no Ibope
A queda de Jair Bolsonaro nas pesquisas é o principal destaque do Canal Meio
Jair Bolsonaro está tendo o pior início de governo desde a eleição de Fernando Collor, em 1989. Segundo a pesquisa Ibope divulgada ontem, a avaliação de que administração é ótima ou boa era feita por 49% dos brasileiros, em janeiro.
Caiu para 39% em fevereiro e para 34%, agora em março. Outros 34% consideram o governo regular e, 24%, péssimo. Os 8% restantes não souberam opinar. Foi uma queda de 15 pontos percentuais em dois meses,
uma perda de três de cada dez apoiadores que tinha. 62% dos brasileiros diziam confiar em Bolsonaro em janeiro. Em março, 49% mantém a impressão. As maiores taxas de desconfiança estão no Nordeste e nas grandes cidades. Os que mais confiam são os evangélicos, os mais ricos, homens e moradores do Sul.
Os pesquisadores fizeram 2.002 entrevistas face a face e a margem de erro é de dois pontos percentuais.
José Roberto de Toledo:
“O Ibope não pesquisou as razões que levam os brasileiros a avaliar bem ou mal o governo. Mas pesquisas de outros institutos que não foram divulgadas para o público em geral apontam pelo menos três motivos para a diminuição da taxa de ótimo e bom de Bolsonaro: sua vizinhança com a milícia no Rio de Janeiro e as denúncias de corrupção envolvendo seu filho Flavio, a falta de medidas práticas que tenham resultado em diminuição da violência urbana e, finalmente, o destempero demonstrado pelo presidente em suas manifestações públicas, principalmente por meio do Twitter durante o Carnaval.” (Piauí)
Paulo Celso Pereira:
“Uma das origens da crise que fulminou a ex-presidente Dilma estava na incompreensão da petista em relação ao resultado de sua reeleição. Após derrotar Aécio Neves pela menor margem vista em nossa história, Dilma entendeu que a população lhe dera salvo conduto para dobrar a aposta em seu estilo. Tratava-se do oposto. Desde que foi eleito, Bolsonaro adotou postura semelhante. Em nenhum momento fez acenos aos derrotados e seguiu com ataques a inimigos reais e imaginários, todos que não partilham integralmente de sua visão de mundo. Sua chegada ao Planalto não foi consequência de um alinhamento da sociedade com o discurso extremista. Pelo contrário. A principal razão para sua eleição foi a rejeição da sociedade a dar mais um mandato ao PT. Em vez de olhar para o resultado com humildade e buscar um caminho que unisse o país após quatro longos anos de crise política, suas manifestações são direcionadas para os militantes mais aguerridos da direita. Nessa trilha, Bolsonaro abriu mão inclusive de organizar uma base parlamentar que dê sustentação às reformas. A pesquisa Ibope divulgada ontem mostra que a estratégia está dando errado.” (Globo)
Bruno Boghossian:
“Celebrado pelo clã Bolsonaro, o estrategista Steve Bannon define o populismo como um modo de governar que se aproxima do povo para driblar as elites políticas. ‘É basicamente garantir que a classe média e a classe trabalhadora terão um lugar à mesa’, disse. Os números da última pesquisa Ibope indicam que o presidente perdeu pontos fora dos palácios. O tombo foi mais forte em segmentos de renda baixa e intermediária. Um de cada três brasileiros de classe média que consideravam o governo ótimo ou bom mudou de ideia. Assim como Bannon, o presidente contava com o apoio popular para tratorar as resistências dos caciques do Congresso. Se não recuperar pontos nas ruas, ele corre o risco de fica
Jair Bolsonaro está tendo o pior início de governo desde a eleição de Fernando Collor, em 1989. Segundo a pesquisa Ibope divulgada ontem, a avaliação de que administração é ótima ou boa era feita por 49% dos brasileiros, em janeiro.
Caiu para 39% em fevereiro e para 34%, agora em março. Outros 34% consideram o governo regular e, 24%, péssimo. Os 8% restantes não souberam opinar. Foi uma queda de 15 pontos percentuais em dois meses,
uma perda de três de cada dez apoiadores que tinha. 62% dos brasileiros diziam confiar em Bolsonaro em janeiro. Em março, 49% mantém a impressão. As maiores taxas de desconfiança estão no Nordeste e nas grandes cidades. Os que mais confiam são os evangélicos, os mais ricos, homens e moradores do Sul.
Os pesquisadores fizeram 2.002 entrevistas face a face e a margem de erro é de dois pontos percentuais.
José Roberto de Toledo:
“O Ibope não pesquisou as razões que levam os brasileiros a avaliar bem ou mal o governo. Mas pesquisas de outros institutos que não foram divulgadas para o público em geral apontam pelo menos três motivos para a diminuição da taxa de ótimo e bom de Bolsonaro: sua vizinhança com a milícia no Rio de Janeiro e as denúncias de corrupção envolvendo seu filho Flavio, a falta de medidas práticas que tenham resultado em diminuição da violência urbana e, finalmente, o destempero demonstrado pelo presidente em suas manifestações públicas, principalmente por meio do Twitter durante o Carnaval.” (Piauí)
Paulo Celso Pereira:
“Uma das origens da crise que fulminou a ex-presidente Dilma estava na incompreensão da petista em relação ao resultado de sua reeleição. Após derrotar Aécio Neves pela menor margem vista em nossa história, Dilma entendeu que a população lhe dera salvo conduto para dobrar a aposta em seu estilo. Tratava-se do oposto. Desde que foi eleito, Bolsonaro adotou postura semelhante. Em nenhum momento fez acenos aos derrotados e seguiu com ataques a inimigos reais e imaginários, todos que não partilham integralmente de sua visão de mundo. Sua chegada ao Planalto não foi consequência de um alinhamento da sociedade com o discurso extremista. Pelo contrário. A principal razão para sua eleição foi a rejeição da sociedade a dar mais um mandato ao PT. Em vez de olhar para o resultado com humildade e buscar um caminho que unisse o país após quatro longos anos de crise política, suas manifestações são direcionadas para os militantes mais aguerridos da direita. Nessa trilha, Bolsonaro abriu mão inclusive de organizar uma base parlamentar que dê sustentação às reformas. A pesquisa Ibope divulgada ontem mostra que a estratégia está dando errado.” (Globo)
Bruno Boghossian:
“Celebrado pelo clã Bolsonaro, o estrategista Steve Bannon define o populismo como um modo de governar que se aproxima do povo para driblar as elites políticas. ‘É basicamente garantir que a classe média e a classe trabalhadora terão um lugar à mesa’, disse. Os números da última pesquisa Ibope indicam que o presidente perdeu pontos fora dos palácios. O tombo foi mais forte em segmentos de renda baixa e intermediária. Um de cada três brasileiros de classe média que consideravam o governo ótimo ou bom mudou de ideia. Assim como Bannon, o presidente contava com o apoio popular para tratorar as resistências dos caciques do Congresso. Se não recuperar pontos nas ruas, ele corre o risco de fica
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