ICÓ E A ABOLIÇÃO DOS ESCRAVOS!
As montagens constantes desta postagem retratam dois momentos:
-
A primeira um acoitamento de um escravo dianta da Igreja da Expectação
de Icó, templo por excelência que era de exclusividade da aristocracia
branca, e onde posssivelmente estava instalado o tronco e o pelourinho;
-
A segunda imagem, uma festa de frente à Igreja do Rosário. Utilizei
fotos antigas das igrejas e gravuras de Debret, um trabalho multimídia.
Tentei
com isso idealizar como teriam sido a vida no Icó colonial e como teria
sido a festa em Icó quando se soube da libertação dos Escravos de 13 de
maio 1988. Ainda que Icó já tivesse abolido os seus escravos em "25 de
abril de 1883".
Com
certeza a libertação dos escravos no Ceará estivesse fundamentada em uma
certa desnecessidade econômica de manter-se os negros cativos. Ali não
havia a cultura da açucarocracia pernambucana, nem as elites
estabelecidas como no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia.
O
Ceará, na verdade, foi a primeira província Brasileira a libertá-los.
Daí vem a designação de “Terra da Luz” alcunha criada por José do
Patrocínio .
Aqueles
princípios abolicionistas levaram muitos cearenses a fundarem, em 08 de
dezembro de 1880, a Sociedade Cearense Libertadora como forma de unir
forças para o movimento que tinha por objetivo a abolição da
escravatura. A referida Sociedade criou o seu jornal - órgão de
propaganda abolicionista, denominado "O Libertador".
Posteriormente, foram sendo criados outros jornais: A Constituição, Pedro II e Gazeta do Norte.
Dessa
forma, as ideias abolicionistas ganhavam expressão em todo o Ceará.
Formavam-se, também, associações, inclusive compostas por mulheres.
O
Icó teve participação ativa no movimento abolicionista cearense através
do Comendador Antônio Pinto Nogueira Acioly e do engenheiro que
construiu o teatro de Icó, Henrique Theberge - também fundador da
Academia Cearense de Letras (filho do médico e historiador francês
naturalizado icoense, Dr. Pedro Theberge).
Na
tela pintada por José Irineu alusiva à sessão de instalação da redenção
dos cativos da capital cearense, cujo quadro ornamenta o Palácio da
Alforria, são retratadas as respectivas personalidades representativas
da cidade de Icó.
Os
auspiciosos princípios abolicionistas, nos primeiros anos de 1880,
coincidiam, em Icó, com as consequências da terrível seca que durou de
1877 a 1879, causando prejuízos irreconciliáveis, contribuindo para a
decadência da cidade, a total dizimação dos rebanhos e a perda do poder
econômico dos fazendeiros, dificultando a manutenção das senzalas.
Diante de tais fatos, a possibilidade de libertação dos escravos chegava em boa hora.
Assim,
em 25 de março de 1883, Icó alforria seus escravos; um ano antes do ato
oficial que dava ao Ceará a primazia da libertação dos escravos no
Brasil.
(Do Site Icó Nacional e Icó na Rede).
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