Fabrício, de eloquente contador de histórias a afinado orador dos Icós.
Em
1994 o "Seu Oriel Nunes", líder respeitado do Vale do Salgado e hoje
residindo em outro plano celestial, tinha sido vereador e prefeito
popular da próspera Icó.
Pai
moralista de 13 filhos, sendo oito homens, ele era conhecido como homem
educado, mas firme de posições e costumes bem antigos. Todos o ouviam,
respeitavam e seguiam suas orientações.
Procurado
para o pleito estadual em 1994, fez opção com seu grupo por votar em
Paes de Andrade, deputado federal. Domingos Filho, deputado estadual.
No
comício de apresentação de seus candidatos à nação Icoense, o fizeram
em uma sexta, em pleno centro comercial, onde fica localizada a
centenária Coluna da Hora, um cartão postal da cidade.
Evento lotado, Seu Oriel solicita ao jovem vereador Fabrício Moreira, à época, para abrir o comício com um empolgante discurso.
Fabrício, vibrante orador, atendeu o chamado.
No
meio do discurso, surge um secretário e eleitor da oposição,
distribuindo panfletos no meio do povo, com graves agressões pessoais à
família Nunes.
Fabrício,
ao perceber não se calou: "esse rapaz aí, distribuindo panfletos contra a
gente, desde que chegou em Icó ninguém sabe se é homem ou lobizomem".
Nervos a flor da pele, tiraram o panfleteiro e o comício teve sequência.
Paes
de Andrade, deu umas relas em nosso orador: "você foi muito
inconsequente chamar um homem em praça pública de pederasta. E se
tivesse um tiro disparado em nossa direção?
Fabrício,
o maior gozador e contador de histórias que conheço, explicou: "fique
tranquilo, Paes. Aqui estamos com os Nunes, homens de coragem e os mais
valentes da cidade".
Paes finalizou a história vivida: "Você tem razão. Esqueça minha observação".
Identificação - Essa história ouvi no Pau do Caju, uma espécie de Boca Maldita, de Curitiba, ou Beco do Cotovelo, de Sobral, que fica no Mercado Público do Icó.
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