Imprensa alemã pede sanções contra o Brasil e a conta vai para o agro
A imprensa alemã subiu o tom ao falar sobre o governo Bolsonaro. Ontem, a revista Der Spiegel disse que a Europa não deve ficar de braços cruzados enquanto um preconceituoso cético da ciência, movido pelo ódio, sacrifica vastas áreas de floresta para pecuaristas e plantações de soja. O jornal Die Zeit foi ainda mais direto: Que diferença faz cortar o dinheiro para conservar florestas de um governo que não tem mesmo qualquer interesse em conservar florestas? Seria mais promissor começar num ponto que fere mais: os interesses econômicos de seus exportadores, por exemplo, os fazendeiros que vendem carne e soja em larga escala para metade do mundo. E emenda, referindo-se ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul: Não pode haver novos incentivos para o desmatamento.
Nelson de Sá, na Folha, trouxe essas matérias e Reinaldo Azevedo, em seu blog no UOL,
aplicou sua conhecida verve ao falar do que saiu na principal rede de
televisão alemã, a ARD, que "ridicularizou impiedosamente o presidente
Jair Bolsonaro na quinta-feira. Comparou-o ao personagem Borat. Afirmou
ser um bobo da corte e protagonista do filme O Massacre da Serra
Elétrica, numa alusão ao desmatamento da Amazônia. Azevedo postou o
trecho da ARD, avisando que a reputação do Brasil no mundo, ao
contrário do que alardeia o governo, nunca foi tão ruim.
Um editorial dO Globo e uma matéria do consultor financeiro, Roberto Dumas Damas, na Folha,
advertem que a postura de Bolsonaro frente à fantasia de que outros
países querem roubar a Amazônia do Brasil, trará prejuízos reais e
volumosos para o país.
Enquanto
isso, comprovando que não perdeu a mão em gerar fake news, o presidente
postou um vídeo de uma caça à uma baleia na Dinamarca, para mostrar que
a Noruega não respeita o meio ambiente. O Estadão e a Folha pegaram a fake, que contém uma pequena ironia: o vídeo é de uma ONG (Sea Shepard).
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