Advocacia-Geral cobra R$ 10 bilhões devidos a autarquias federais
A
Advocacia-Geral da União (AGU) está cobrando atualmente R$ 10,3 bilhões
em créditos que empresas e pessoas físicas devem às 124 autarquias
federais.
Na
maior parte, os valores são relativos a multas aplicadas pelas
entidades públicas. Só no Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (Dnit), que aplica
multas por infrações nas rodovias federais, por exemplo, os créditos
chegam a R$ 3,45 bilhões.
Para
fazer a cobrança, o primeiro passo adotado pela Procuradoria-Geral
Federal (PGF) é a conciliação, que possibilita a negociação da dívida e o
pagamento em parcelas.
Se não houver acordo, o nome do devedor é negativado e vai a protesto
em cartórios. Só depois dessa fase que é requerida a execução fiscal, ou
seja, a cobrança judicial. Atualmente, a AGU cobra R$ 9,5 bilhões
devidos às autarquias em 61 mil processos na Justiça.
Mas
o coordenador-geral de cobrança da PGF, procurador federal Fábio
Munhoz, explica que cerca de 90% dos créditos que as autarquias federais
têm para receber são inferiores
a R$ 100 mil e podem ser cobrados por meio de conciliação e de
protesto. “A cobrança extrajudicial é mais interessante para o erário na
medida em que é muito mais rápida, principalmente o protesto. Grande
parte do que é recuperado do crédito público é via
protesto e ocorre em três dias”, detalha Munhoz.
Para
as cobranças judiciais, a PGF adota dois critérios: as dívidas precisam
ser superiores a R$ 100 mil e o devedor deve ter bens que possam ser
utilizados para o
pagamento dela.
Tempo real
Para
gerenciar os créditos que as autarquias federais têm para receber, a
PGF criou em 2016 um sistema que permite acompanhar em tempo real a
situação de cada dívida.
Das 164 autarquias federais, 124 já estão no Sapiens Dívida e a
previsão é de que, no futuro, todas passem a fazer parte do sistema.
Pela
plataforma é possível acompanhar o valor total da dívida ativa,
quantidade de processo e valores que já foram recuperados, de
forma individual, em cada autarquia. “Com a informação, a gente tem a
possibilidade de estabelecer metas judiciais e extrajudiciais”, conclui
Munhoz.
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