Ernesto Araújo volta criticar o 'climatismo' e diz que este debate é 'pretexto para ditadura'
Em palestra dada ontem na negacionista Heritage Foundation, em Washington, o ministro das relações exteriores de Bolsonaro, Ernesto Araújo, voltou a criticar o que chama de "climatismo", colocou mais uma vez em dúvida o aquecimento global e disse que líderes de diversos países fazem uso do alarmismo sobre mudanças climáticas para atingir objetivos políticos.
Segundo
o ministro, o sistema político tradicional - no qual ele não inclui
Bolsonaro e Trump - reage por impulso numa espécie de "hipnose coletiva"
ou "apocalipse zumbi" quando o assunto é clima, e que o tema se tornou
um "silenciador do debate" e uma ameaça à soberania do Brasil: "Hoje,
por causa da maneira como eles usam o climatismo como principal
instrumento de luta, a Amazônia é marco-zero no combate ao globalismo".
Não ficou claro quem seriam "eles".
Vale a pena ler a hilária sequência de tuítes
na qual Ishaan Tharoor, articulista do Washington Post, descreve a
incongruente fala de Araújo. Tharoor observou "uma fascinante desconexão
entre a direita dos EUA e seja lá o que Araújo represente: ele
realmente encara sua política como reação a uma ortodoxia de esquerda
(daí todo seu rosnar sobre Lacan, Lukacs e todos os outros intelectuais
por ele nomeados de esquerda). Excetuando a lamúria sobre os
esquerdistas universitários, a direita norte-americana nunca se
importaria com essas pessoas ou mencionaria suas ideias (mesmo que por
absurdo) em um discurso sobre política externa. Araújo ofereceu uma
distinção entre Leninismo e Stalinismo, como se alguém na Heritage desse
a mínima."
Hoje, depois de mais de um ano que o Ernesto Araújo usou a expressão 'hipnose coletiva' referindo-se aos outros temos a prova cabal de que ele mesmo é um dos prestidigitadores que iludem e enganam a nossa pobre população. Até quando o show de horrores perdurará?
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