O dia

 

A insensibilidade toma conta do brasileiro. Não mais se ouvem vozes que se alevantem, ou textos de leigos que se juntem a reclamar seja dos preços das coisas, das posturas amorfas que apoiem guerras, ou silenciem diante delas. É uma espécie de letargia provocada pela violência anunciada todo santo dia por essas magníficas redes sociais que felizmente, ainda não estão disseminadas pelos sertões e serras brasileiras, cearenses. Há um sepulcral e ensurdecedor cala-a-boca na vida nacional diante da dura realidade que se abate nas  almas e corações. O momento, que requer não só ação como solidariedade, nos leva a versos de José Régio, em Cântico Negro, quando ele ao chamamento do comum...Não, não vou por aí/ Vou por onde levam/Meus próprios passos...O noticiário conta de gente pulando refeição porque não pode ter todas. O café da manhã é tomado na hora do almoço. E o almoço é o café da manhã. E ninguém se toca, coomo se isso fosse a coisa mais comum do mundo..Ah, mas tem uma guerra da Ucrania..Ah, não é só aqui.Ah, mas tá melhorando. Um povo a quem se lhe faltam casa, comida, educação, saude e dignidade, por mais manso que seja, virando gado, um dia se rebela.

Será? A anestesia duradoura um dia passará? 

Queria falar de como vem o dia, com cara de chuvoso igualzim ontem. Mas a dor alheia sempre me rouba o mote...
por via das dúvidas...

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