Boa noite

 


E feliz semana.

Quem nos segue, deve ter sentido que hoje não apareci. Simples: passei o dia pensando na vida. Os porquês de cada ato, de cada coisa que marcaram a mim e aos meus dias profissionais. 11 de setembro é marcante. Lembra das Torres Gêmeas? Do ataque terrorista? Faz hoje 21 anos.

Estava em Fortaleza, Milhares de quilômetros distante. Alguém que não lembro exatamente quem telefonou e eu estava no transito. A pessoa estava em casa vendo televisão quando a tv globo deu a primeira edição extra..

Já em casa, na frente da tv, que não desgrudei do meu dia-a-dia na sequência dos eventos, fui montando a equação da viagem pra lá. Saber como estava a vida, os vistos, as hospedagens, as dificuldades de cobrir o rescaldo e a vida de NY.

Resumindo; uma semana depois estava lá. Hóspede do Edson Hotel, no coração da cidade, teria condições de sentir o povo, o morador e o turista, porque ali , na Broadway, podia escolher com quem falar, como me posicionar para o trabalho da coluna do jornal.

Só no dia seguinte à chegada, fui pra região. Ainda havia o caos. O taxi teve dificuldades pra chegar até bem perto, na grande loja de departamentos que tem na vizinhança. Chegamos pela igreja. St. Paul's Chapel, que ao fundo, do lado que dá pras torres, tem um cemitério que data do século XVIII.


A primeira visão tinha o cemitério coberto de cinzas. A capela também. No entorno, aberta, só a loja do Mc Donald de onde, por uma janela no alto de uma escada fiz as primeiras fotos para o meu trabalho. As máquinas trabalhavam enfurecidas, tentando tirar os entulhos.As pessoas tinham ar de chocadas.

Ainda hoje, 21 anos passados, sinto o cheiro daquilo tudo como se fosse ontem o que queimou, o que ruiu, o que foi destruida. A Century 21, a loja de que falei, fazia um tímido atendimento para poucas pessoas, geralmente turistas, que chegavam. Os funcionarios, chocados.A Century 21 é do outro lado da rua das torres.

Passei uma semana em NY para conseguir entender o sofrimento das pessoas,  Pra entender como aquilo tudo um dia voltaria ao normal. Depois disso, voltei dezenas de vezes a NY. Pras sessões anuais da ONU, pra outros trabalhos e algumas e raras vezes numa escapada de trabalho em Miami,Washington ou...sei lá.

Por esse dias de intensas lembranças, que me levaram ao recolhimento, peço desculpas. Só aparecer agora é uma espécie de rescaldo de velhas e dolorosas memórias.que  os manuais de jornalismo não ensinam a por uma pedra em cima. 

Impossivel esquecer o que vi. O que vivi.



 

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