Verdade E Mentira, Uma Dualidade Quase Casual
Dentro das mais complexas tentativas de definição não podemos simplesmente pinçar uma e pronto essa vai me servir. O que quero dizer é que não existe “A Verdade”, o que existe são “As Verdades”. Assim, a busca pela verdade é como a busca pela essência de determinada condição, é compreender a totalidade da ideia e observar o que satisfaz ou não a essa determinada condição.
“Eu sou mortal”, Essa afirmação será verdade? Vejamos:
Essa é uma autoafirmação que só tem sentido e só assume caráter de verdade se uma mentira vier contrapor a ideia por traz da essência que se busca mostrar com essa afirmação. As verdades não existem por si mesmas, para existirem, devem obedecer a um princípio básico de coexistência, o que chamo de Marco Fundamental para a Ideia de Verdade. Isso fica claro quando observamos a construção a seguir, vejamos:
“Todo homem é mortal”. “João é homem, logo, João é mortal”.
Para aceitarmos como verdade a ideia de que João é mortal, foi necessário atribuir um Marco Fundamental para a Ideia de Verdade. Ou seja, foi preciso “impor” uma verdade, Todo homem é mortal, para outra, João é mortal, fosse tomada como tal.
A lógica da coisa é relativamente simples, consiste impor ou tomar como verdade uma ideia geradora para que outra assuma caráter de verdade, isso fica evidente nas construções lógicas. O que é verdade e o que é mentira só passa a ter sentido complementar depois de tomarmos como base uma premissa maior, o Marco Fundamental para a Ideia de Verdade. O que quero dizer é que sem a afirmativa maior não temos nem verdade e nem a mentira, ou seja, não temos base para compreendermos a totalidade da ideia primitiva e sendo este último um fato, não reunimos condições suficientes para inferir o que satisfaz ou não uma condição qualquer.
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Quando impomos algo como verdade e damos para essa algo a condição de existir imutavelmente, estamos dizendo que tudo que aconteça fora dele é sua própria negação, ou seja, estamos dando origem às mentiras a cerca desta verdade importa. Logo, temos que a verdade muda de acordo com a argumentação inicial e sua negação muda na mesma proporção, isso indica que a verdade e a mentira não são ideia imutáveis, mas sim, condições que variam sendo sempre uma a contra argumentação da outra.
Como exemplo, podemos citar os axiomas, que são verdades aceitas sem demonstrações e usadas como pontes de entrada para a inferência de outras verdades. Podemos ainda paralelizar dizendo que a mentira é a função inversa da verdade. Podemos ainda relacionar ambas como tendo mesma direção e sentido contrário, ou seja, estão mutuamente ligadas pelo Marco Fundamental para a Ideia de Verdade, sendo este uma condição construída e atribuída pelo homem.
O que é verdade e o que é mentira vai depender do referencial maior, pois aquilo que atribuímos com verdade vai designar automaticamente o que são suas mentiras e aquilo que atribuímos com mentira designar automaticamente o que são suas verdades.
Minas mãe Maria resumia: a verdade e a mentira são como o azeite e a água; se confundem, mas não se misturam.
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