Parlamentares cobram ações contra violência nas escolas

 


As sessões da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) e da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) desta quarta-feira (12) foram marcadas por pronunciamentos de parlamentares cobrando e sugerindo medidas para frear os casos de violência nas escolas, após a explosão de relatos ao longo dos últimos dias a nível nacional. A movimentação ocorre uma semana após quatro crianças terem sido mortas em uma creche em Blumenau (SC) e duas semanas após um aluno matar a professora em uma escola em São Paulo.

Assembleia
A deputada Larissa Gaspar (PT) pontuou ações que estão sendo tomadas pelos governos federal e estadual sobre as ameaças terroristas que têm sido registradas. O governo federal, assinalou ela, já suspendeu 400 contas de redes sociais, Twitter e Tik Tok, relacionadas a perfis que incitam ódio e estimulam a violência em crianças e adolescentes. Foi lançado também um edital, no valor de R$ 150 milhões, para habilitar o Programa Nacional de Segurança Escolar e o trabalho de investigação, assim como um grupo de trabalho, pelo Ministério da Educação e em parceria com as delegacias especializadas em crimes cibernéticos de todo o País. Já no contexto estadual, apontou que Elmano de Freitas (PT) determinou a investigação dessas ameaças como prioridade pelo departamento de Inteligência da Polícia Civil.

Já o deputado Lucinildo Frota (PMN) propôs apoio da Guarda Municipal para a segurança das escolas. Para ele, estado e municípios estão fazendo o que podem para reforçar a proteção da população nesse momento, “mas que cada um pode fazer a sua parte”.
Segundo o deputado Claudio Pinho (PDT), estão sendo divulgados vídeos e postagens sobre os ataques às instituições de ensino. “As crianças estão com medo, os adolescentes e os pais”, disse, ressaltando ainda que vai subscrever uma proposta da deputada Dra.Silvana (PL) que solicita ronda escolar no entorno das escolas.

A própria deputada, na ocasião, detalhou que a proposta trata de um programa, na Polícia Militar, similar ao antigo Ronda do Quarteirão: “Poderia ser um Ronda nas Escolas. No entorno das escolas, é possível reativar um programa como esse, sim.” A implantação de detectores de metais também foi sugerida pela deputada. “Pode alguém achar que é tratar as crianças como bandidas, mas não é. A insegurança se avizinha e os pais estão com medo”, justificou.
Na avaliação de Sargento Reginauro (União Brasil), é necessário cumprir promessas de ampliação no efetivo dos policiais: “Os que estão na ponta, todos os dias, parece que estão enxugando gelo. É preciso fortalecer a inteligência da Polícia Civil.”

Felipe Mota (União Brasil), por sua vez, apontou a necessidade de ações de apoio psicológico voltadas para jovens, salientando os transtornos psicológicos vividos por crianças e adolescentes desde o início da pandemia. Por sua vez, De Assis Diniz (PT) defendeu que se restabeleça a relação de respeito entre pais e filhos: “Hoje, pai e filho tornaram-se iguais. O filho não sabe o que é hierarquia da respeitabilidade. Essa condição de igualdade trouxe consequências danosas”, avaliou.

Já Leonardo Pinheiro (PP) abordou o projeto de indicação de sua autoria, lido em plenário no mesmo dia, que institui um “botão de pânico” nas escolas para casos de violência. O projeto ainda propõe a implantação de detectores de metal nas escolas e treinamento de policiais específico para esses casos. “São medidas preventivas que visam dirimir essa situação de pânico generalizado até que os autores dessas práticas terroristas sejam identificados e responsabilizados.”

Câmara
Já na Câmara Municipal de Fortaleza, o vereador Julierme Sena (União Brasil) pediu apoio dos colegas e do presidente da casa na tramitação de um projeto seu que requer a criação de policiamento fixo com guardas municipais nas escolas públicas de Fortaleza. “Seis pessoas já foram conduzidas a delegacia por ameaça as escolas, foram identificados 18 perfis e eu volto a repetir que é tempo de agir. Essa onda de violência é algo que não fazia parte do nosso cotidiano, mas infelizmente tem se intensificado em nosso país”, disse o parlamentar.

Já o vereador Márcio Martins (Solidariedade) salientou que há hoje em Fortaleza ameaças ainda não concretizadas. “Nenhum dos ataques realizados no mundo, nenhum deles foi avisado. Ninguém foi à rede social avisar até porque as autoridades poderiam ter evitado. Vamos separar as coisas do que está acontecendo em Fortaleza. Os psiquiatras falam que os psicopatas são silenciosos, eles trabalham de forma planejada, silenciosa, porque de fato querem realizar. Quem pode prevenir esse tipo de coisa é o setor de inteligência, sobretudo os órgãos e instituições que trabalham com inteligência virtual.”

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