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Cid e André fecham acordo e senador assumirá o PDT-CE

O deputado federal André Figueiredo, que acumula as funções de presidente do PDT nacional e do PDT cearense, fechou acordo com o senador Cid Gomes para interromper os desgastes internos na sigla. André deverá se licenciar do cargo estadual, abrindo espaço para Cid assumir o posto até dezembro, quando acaba oficialmente o atual mandato no diretório.
Segundo Cid, foi realizada uma reunião incluindo ele, André Figueiredo, o presidente nacional do partido Carlos Lupi – que está licenciado do cargo após ter assumido o Ministério da Previdência Social no governo Lula – e Manoel Dias, que preside a Fundação Leonel Brizola. O senador conta ainda que o acordo inclui um apoio de Cid a Figueiredo para assumir o próximo mandato, que começa no início do ano que vem, abarcando portanto o período das eleições municipais.
André Figueiredo indicou que o acordo também passaria por um entendimento em torno de reeleger o prefeito de Fortaleza José Sarto, que tenta se cacifar para disputar o pleito no ano que vem. Em ocasiões anteriores, pedetistas já apontaram que o lançamento da candidatura de Sarto dependerá do seu desempenho na Prefeitura. Por sua vez, o deputado Evandro Leitão, presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), passou a estar no centro de especulações sobre uma candidatura sua – sendo ele também pedetista, essa hipótese significaria preterir Sarto.
O conflito vinha se arrastando há cerca de duas semanas, desde que Cid iniciou movimentos mais incisivos para alterar a presidência do partido no Ceará. No último dia 26, Cid organizou uma reunião com sua ala de apoiadores no PDT, incluindo dezenas de integrantes do diretório estadual, deputados estaduais, deputados federais, prefeitos, vereadores e representantes de movimentos sociais. O movimento foi logo percebido, pelo grupo rival, como uma investida contra a liderança de André Figueiredo, e o ministro Carlos Lupi desembarcou em Fortaleza no mesmo dia para tentar intermediar a situação. Não foi encontrada, no entanto, uma solução naquele dia.
Na última segunda-feira (3), foi realizada a reunião do diretório nacional do PDT, em Brasília. Segundo Figueiredo, na ocasião a executiva nacional decidiu intervir no PDT estadual – o que seria um golpe direto ao grupo de Cid, uma vez que o PDT nacional também é comandado por Figueiredo. O senador, no entanto, contesta a informação, apontando que o trecho do estatuto partidário utilizado pelos colegas para embasar a suposta intervenção não se aplica à situação atual. Cid e seus aliados retrucavam que não havia, na realidade, uma intervenção nacional da legenda.
Os dois grupos rivais no PDT discordam sobre a posição quanto ao governo Elmano de Freitas (PT), com os aliados de Cid integrando a base e os aliados de André e Ciro integrando a oposição. O grupo do senador é hoje majoritário no partido, contando com a maioria dos deputados e dos prefeitos, principalmente no interior do estado. O grupo de Ciro e Figueiredo, capitaneado também por Roberto Cláudio e José Sarto, se concentra em Fortaleza.
Elmano, por sua vez, tem preferido não interferir na questão, apontando que uma intromissão do governador tende a piorar a situação. Ele, desde que venceu a eleição do ano passado, tem feito sinalizações ao PDT em uma tentativa de manter o partido em sua base, tendo inclusive indicado três pedetistas para assumir pastas em seu secretariado. Atualmente, 10 dos 13 deputados do PDT na Assembleia apoiam Elmano, enquanto os outros 3 fazem oposição e são aliados de Sarto e RC.

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