Tantas vezes ví o sol correr pra lá e pra cá, da varanda do meu tugúrio, tantas vezes vi o sol acordar meus dias, tantas vezes não vi o sol nascer, mesmo sabendo que ele está lá que não contarei as esperanças de saber que amanhã gostaria de te-lo outra vez. Escondido pelo monstrengo de 52 andares que me roubou o mar e o nascer do sol por muito tempo, descubro, como se fosse a primeira vez que ninguém tirará o sol de mim, da minha da alma, do meu coração, dos meus sonhos, das minhas saudades e dos meus domingos. Eis a prova da resiliência do homem que , na fé, guarda tudo o que teve na vida, guarda tudo o que tem na vida e que são muito pouco além de suas enormes e rotineiras lágrimas de agradecimento pelas mágoas que jamais guardou, pela vida que jamais envelheceu pela alegria de se saber abençoado.
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