O dia

 


O saudoso poetinha, que protegia o uisque com as mãos, como quem vigia em oração, costumava dizer, e disse em poesia que a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida. Pois agora, já no outonal viver, onde nem todas folhas amarelam nem todas árvores murcham, comecei a encontrar velhos e queridos amigos. Gente que não via a tempos, que não trocava dois dedos de proza, mas que estão sempre comigo, seja no coração, seja na hora da reza. Se você não sabe, rezo. Rezo todo dia, na manhã, pelo dia dos meus próximos e dos meus distantes. Rezo porque sempre achei que pedir aos anjos, santos e a Deus, por quem a gente um dia conviveu, é não deixar fugir as alegrias e até as decepções convividas. Senhora de Fátima, Santa Eduwirges, Senhora da Saúde, Santa Dulce dos Pobres e até a Mãe de Deus, escutam todo dia a cantilena do mesmo pedido; "cuida delas", almas viventes. É da natureza, como é do escorpião ferroar, minha oração pelo outro. Quem sabe é pedindo pra alguém, que esteja pedindo uma sobrinha pra mim. Tai a semana começando...

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