Assembleia conclui estudo na Ibiapaba sobre litígio

 


A Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) concluiu o levantamento realizado entre as populações residentes na área de litígio entre o Ceará e o Piauí, em meio ao conflito centenário pelo território da região da Ibiapaba. O estudo foi feito pelo Comitê de Estudos de Limites e Divisas Territoriais do Ceará (Celditec) e tem engajado diversas autoridades no estado a favor da manutenção dos municípios no território cearense. Segundo a Assembleia, o resultado da pesquisa será apresentado pelo presidente da casa, deputado Evandro Leitão (PDT), em data ainda não definida.

Conforme o coordenador do Celditec, Luís Carlos Mourão, foram visitadas aproximadamente 500 residências, obedecendo os critérios estabelecidos pelo Instituto de Planejamento e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), que também integra o comitê. “Foram visitadas 136 localidades, com população total estimada em 8.505 habitantes, onde, além de verificarmos o sentimento de pertencimento ao Ceará, foram realizados os georreferenciamentos de todos os equipamentos públicos encontrados”, explica.
O levantamento foi desenvolvido em duas etapas, de 18 dias cada. De acordo com Luís Carlos Mourão, neste trabalho, ele foi acompanhado pelos servidores Joe Onofre e Luís Farias. “Foram georreferenciadas 37 escolas, entre estas, oito escolas infantis e três escolas indígenas ou quilombolas, seis unidades de saúde, 15 locais de votação e 123 quilômetros de estradas, entre outros, todos equipamentos públicos do Ceará, nas áreas em litígio”, aponta.

Os municípios afetados – que poderão ser anexados pelo estado do Piauí e que foram visitados pela equipe da Assembleia – são Carnaubal, Crateús, Croatá, Granja, Guaraciaba do Norte, Ibiapina, Ipaporanga, Ipueiras, Poranga, São Benedito, Tianguá, Ubajara e Viçosa do Ceará.
“Durante toda a pesquisa, verificou-se um número baixíssimo de pessoas que se sentem pertencentes ao estado do Piauí. A esmagadora maioria é de cidadãos que se consideram cearenses e querem continuar pertencendo ao nosso estado”, assegura o coordenador.

A disputa foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF) e, no ano passado, fez a própria governadora (à época) Izolda Cela tratar do tema com ministros da Corte. Em reunião com a ministra Carmen Lúcia, Izolda reforçou “a nossa visão sobre o que esse litígio apresenta”. “A nossa firme determinação é de fazer a defesa para aquilo que nos parece de direito, certo e legítimo, que é defender o nosso povo cearense, e o seu direito de pertencimento ao estado”, disse ela, na ocasião. A perspectiva é de que, na hipótese de o Ceará perder os 13 municípios, o prejuízo é incalculável – de um ponto de vista humano e cultural, levando em conta o sentimento de pertencimento às raízes cearenses na região.

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