Nome da facção pichado em portão de casa
A Vara de Delitos de Organizações Criminosas de Fortaleza condenou o ex-militar da FAB (Força Aérea Brasileira) Marcelo Inocêncio Cordeiro Justo a 11 anos de prisão após descobrir que ele liderava o grupo que vendia rifas para arrecadar fundos para o PCC no Ceará. O homem negou, em depoimento, fazer parte do PCC.
Cabe recurso à decisão da vara que julga organizações criminosas no Ceará. As sentenças são colegiadas, definidas por três juízes, e não apenas por um. As assinaturas dos magistrados não são divulgadas, com o intuito de protegê-los de eventuais retaliações do crime organizado.
O ex-militar de 50 anos, conhecido como Madruga, tinha a função de "Responsável Geral pela Rifa do Estado do Ceará", mostraram gravações feitas com autorização judicial.
O valor arrecadado com as rifas era usado em benefício de membros do PCC. Uma das gravações mostra que o dinheiro era usado para pagar "transporte, alimentação, gravata, medicação e auxiliar familiares de membros da facção presos".
Madruga foi flagrado em conversas cobrando parceiros de facção que não queriam pagar pela rifa. O esquema foi descoberto nas investigações da "Operação Fênix", iniciada em março de 2019.
O ex-militar afirma que eles estariam "prejudicando o PCC a custear suas despesas" porque não pagavam os valores. O preço da rifa seria de R$ 70.
Ele cita uma lista com 37 nomes de membros da facção criminosa, em uma das conversas. Lá também aparecem apelidos, matrículas e telefones de integrantes do PCC.
Além de fazer rifas, Madruga controlava jogos para arrecadar dinheiro para o PCC. Essa informação consta em áudios do ex-militar, segundo depoimento do delegado Renê Gomes Mesquita, que era titular na Delegacia de Narcóticos e investigou o caso.
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