Após confessar fake news, Bolsonaro diz que pode passar por três cirurgias em setembro por conta do evento de Juiz de Fora
Com risco de ser preso por disparar mentiras e incitar golpismo, Jair Bolsonaro recorreu ao velho truque da internação hospitalar.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, que ontem confessou disparar mentiras em massa nos seus grupos de whatsapp, ao dizer "mandei, qual o problema?", o que pode levá-lo à prisão por ataques ao sistema democrático, anunciou ontem que pode passar por três cirurgias no mês de setembro. O motivo seria o evento ocorrido na cidade de Juiz de Fora em 6 de setembro de 2018, quando ele alega ter ficado entre a vida e a morte após a cena que também envolveu Adélio Bispo de Oliveira. Sempre que se viu em dificuldades policiais ou políticas, Bolsonaro se valeu deste evento para se internar. Leia a reportagem da Reuters a respeito:
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ex-presidente Jair Bolsonaro foi internado nesta quarta-feira no hospital Vila Nova Star, zona sul de São Paulo, para realizar exames que ele afirmou à Reuters serem preparatórios para três cirurgias que deve realizar em setembro, a principal delas no abdômen, região atingida por uma facada durante a campanha eleitoral de 2018.
Em troca de mensagens com a Reuters, Bolsonaro disse estar "100%" e que os procedimentos cirúrgicos devem ser realizados em São Paulo.
"Exames para 3 cirurgias em meados de setembro", escreveu o ex-presidente. "A mais importante será no abdômen em consequência da facada", acrescentou, sem dar mais detalhes.
Mais cedo, o ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência no governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, em publicação na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, confirmou a internação de Bolsonaro e afirmou que ela ocorreu para a realização de exames de rotina.
"O presidente @jairbolsonaro internou-se no Hospital Vila Nova Star em São Paulo para exames de rotina. Referidos exames têm por objetivo avaliar sua condição clínica, principalmente no sistema digestivo, tráfego intestinal, aderências, hérnia abdominal e refluxo", escreveu Wajngarten, que atua como assessor e advogado do ex-presidente.
Wajngarten afirmou ainda que "todos os sintomas e exames" são consequência do atentado a faca sofrido por Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018 em Juiz de Fora (MG).
Por ora não há previsão de alta do ex-presidente.
O ex-presidente foi ainda intimado pela Polícia Federal a depor na quinta-feira da próxima semana em uma apuração sobre um grupo de empresários que pregavam um golpe de Estado. Será o quinto depoimento dele desde que deixou a Presidência no início do ano.
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