A gente nunca conta as histórias de nossas derrotas. Só falamos dos ganhos, das vitórias, das porradas que damos. Das que levamos, escondemos. Meus amigos, assim como eu, jamais apanharam na vida. Ora, quem vai contar que perdeu? Quando o bandido apontou a arma pra mim, mei dia, tomando um vinho numa casa de queijos e vinhos aqui em Fortaleza, não tinha urina pronta pra mostrar o medo e, mais que depressa tirei a carteira e o relógio e entreguei pro bandido. A carteira, ou os documentos, alguém encontrou e ligou e eu fu i buscar. Já o relógio virou meu triunfo. Nunca se perde tudo na vida. Mesmo perdendo às vezes a gente ganha. O relógio. Até hoje gozo, intimamente da cara do bandido quando foi vender o "bobo" pra algum receptador. O outro bandido deve ter oferecido uns dois reais, se muito. Eu havia comprado o dito cujo num camelô, por cinco reais, por sua beleza. Era enorme, lindão mesmo. Havia uma semana e já dava sinais de atrasar, e como diz o Zé Lisboa, relógio que atrasa, não adianta. Não é todo dia que a gente engana um ladrão metido a sabido. Meu saudoso tio Antônio Passos ensinava: "O que seria dos sabidos se não fossem os trouxas". Com licença...kkkkkk Pois bem; tai a terça feira.
(A cacofonia do nunca-conta foi de propósito)
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