Um levantamento feito com dados de 2013 e 2022 apontou uma redução de 76% no número de trabalhadores diretos da Petrobras na região Nordeste. Contudo, publicações compartilhadas milhares de vezes nas redes sociais desde 4 agosto de 2023 associam o resultado do estudo ao atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além dos dados serem anteriores a 2023, especialistas das entidades responsáveis pela pesquisa relacionam a queda ao processo de privatização de parte da produção da empresa petrolífera.
“Petrobrás corta 76% dos empregos no nordeste. Faz o L”, diz uma publicação no Facebook. A alegação também circula no Instagram, no Telegram, no TikTok, no Kwai e no Twitter, agora chamado X.
As postagens associam ao governo Lula, cujo terceiro mandato teve início em janeiro de 2023, os dados de um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em parceria com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e divulgado pelo Estadão no último dia 4 de agosto.
O estudo identificou uma queda de 76% no número de trabalhadores da Petrobras no Nordeste nos últimos nove anos. Mas, conforme explica a matéria do Estadão, os dados analisados correspondem ao período de 2013 a 2022, antes do terceiro mandato de Lula e durante os governos de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).
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O levantamento, que foi divulgado inicialmente em maio de 2023 no site da FUP, apontou que o número de empregados diretos da petrolífera caiu 43% em todo o Brasil entre 2013 e 2022.
Segundo especialistas da FUP e do Dieese, essa queda seria resultado do processo de privatização da Petrobras, que se intensificou especialmente no Nordeste com a venda de ativos da empresa.
Todas as regiões do país tiveram uma queda no número de trabalhadores, mas a maior diminuição aconteceu na região, com 13,3 mil empregados diretos a menos em 2022.
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