Saúde mental: novo Caps infantil começa a funcionar no bairro Granja Portugal




Com o objetivo de fortalecer a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) de Fortaleza, o prefeito José Sarto inaugurou, ontem (07/08), mais um Centro de Atenção Psicossocial Infanto juvenil (Capsi), desta vez no bairro Granja Portugal.


“Conforme compromisso que assumimos, estamos ampliando a nossa Rede de Atenção Psicossocial, inaugurando o CAPS infantil com 59 profissionais, sendo 25 da área de saúde e 34 da área de apoio. Teremos aqui psiquiatras, pediatras, psicólogos, enfermeiras, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e técnicos de enfermagem, que irão cuidar das Regionais 4 e 5. Em breve esperamos também entregar outros três CAPS”, detalhou o prefeito.

Este é o terceiro equipamento para este público, que acolhe crianças e adolescentes de até 17 anos, 11 meses e 29 dias que apresentam, prioritariamente, transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas.
O novo espaço segue as diretrizes adotadas pelo Ministério da Saúde e oferece uma estrutura com acessibilidade, amplo espaço de convivência, novo mobiliário, ambientes climatizados e projetados para melhor acolher e acompanhar as crianças e adolescentes e, também, os profissionais.
O investimento da obra foi de R$ 916.266,97, com recursos municipais, e contou com intervenções da Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf) e da Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger). O investimento faz parte de diversas ações implantadas pelo município para ampliar e melhorar o atendimento da saúde mental em Fortaleza.

“A Prefeitura tem priorizado a saúde mental, então além da entrega dos equipamentos, estamos disponibilizando a segunda opinião de psiquiatras nos postos de saúde, o que esperamos que diminuirá a fila em 70% de pessoas que precisam desse especialista”, afirmou o secretário da Saúde, Galeno Taumaturgo.
Com uma área de 1.153,28 m², o novo Capsi dispõe de sala de acolhimento, sete salas de atendimentos individuais, salas de atendimento coletivo e de convivência, sala de observação/medicação, farmácia, sala de reuniões, cozinha, refeitório, brinquedoteca, teatro, entre outros.

Para Edileuza Chaves, o novo espaço trará mudanças muito positivas na sua rotina e de seu filho, João Miguel, de nove anos. Além da estrutura do novo espaço, eles poderão ir a pé de casa até o local. “Ele é atendido no CAPS desde os cinco anos, é autista e tem hiperativo. Com o acompanhamento, o médico também está investigando a possibilidade dele ter TOD (transtorno desafiador opositor). O acompanhamento está sendo muito importante, eu não falto uma consulta. É uma prioridade para mim e especialmente para ele”, explica ela.
O serviço é porta aberta, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e oferece acolhimento, atendimento clínico e psiquiátrico, anamnese, práticas integrativas, atendimentos coletivos com grupos de arte, música, família, redução de danos, terapêuticos, educação e saúde, imagem e cidadania, tabagismo, entre outros.

O novo espaço foi o estímulo necessário para Aline Dias buscar atendimento para seu filho, Nicollas, de 10 anos. De acordo com ela, ele apresenta comportamento neuroatípico e atraso motor e intelectual, e a opinião de um especialista é necessária nesse momento, tanto para seu filho quanto para ela.
“Como eu sabia que seria inaugurado, eu estava aguardando, até porque moro próximo. Minha expectativa é que eu consiga encontrar profissionais que me esclareçam, porque eu tenho muitas dúvidas. Preciso de apoio de profissionais para que eu consiga apoiar meu filho”, comentou.

Rede de atenção
Com a entrega, a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) de Fortaleza passa a contar com 24 equipamentos, sendo 16 Centros de Atenção Psicossocial (seis gerais, três infantis e sete álcool e outras drogas), cinco unidades de acolhimento para dependentes químicos e três residências terapêuticas. Ao todo, a cidade conta com 240 profissionais que atuam na atenção psicossocial de Fortaleza.

Os Caps são caracterizados como um dispositivo de cuidado intensivo no projeto terapêutico singular (PTS) para as situações de crises, realizando um trabalho específico junto à equipe interdisciplinar de saúde, para cada caso acolhido. A partir da avaliação realizada pela equipe multidisciplinar, o usuário é encaminhado para o tratamento adequado, que pode ser no próprio Caps, Unidades de Acolhimento ou leitos de desintoxicação. A média de atendimentos mensais nos equipamentos municipais é de 16,5 mil nos seis Caps Gerais, 8,5 mil nos sete Caps AD e 6,5 mil nos dois Caps Infantis.



Dos Caps, dois são 24h com leitos de acolhimento noturno para estabilização de crises psiquiátricas e de abstinência. Além disso, a Prefeitura dispõe de uma rede de apoio à internação com leitos infantojuvenil na Sociedade de Assistência e Proteção a Infância de Fortaleza (Sopai), leitos para desintoxicação na Santa Casa de Misericórdia e a parceria com o Hospital Mental Psiquiátrico do Estado.


Nenhum comentário:

Postar um comentário