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Ceará deve produzir hidrogênio verde a partir de 2026, aponta Salmito



O titular da pasta de Desenvolvimento Econômico, Salmito Filho, descreve o que ainda resta para o estado iniciar a produção desse recurso chamado de “combustível do futuro”
Em apenas três anos o Ceará pode ser um dos principais produtores de uma das maiores apostas do setor de energias renováveis no mundo: o hidrogênio verde. A empresa australiana Fortescue tem planos para em 2026 produzir hidrogênio verde em larga escala no Complexo Portuário e Industrial do Pecém, no setor 2 da Zona de Processamento de Exportação do Ceará. As informações são do secretário de Desenvolvimento Econômico do estado, Salmito Filho (PDT). Em entrevista exclusiva ao O Estado, ele aponta em que momento o Ceará se encontra na corrida para entrar nesse mercado e o que falta para que o estado comece a produzir esse bem.
A empresa australiana do ramo da mineração Fortescue realiza estudos para investimento na produção de hidrogênio verde. Em uma relação de 100 países com potencial nesse setor, a empresa considera 25 como prioritários. Desses 25, cinco são os escolhidos pela empresa para receberem seus primeiros investimentos. Um desses cinco é o Brasil, mais precisamente no Ceará. Esse é mais um fato entre vários apontados pelo titular da SDE que colocam o Ceará como protagonista nesse mercado. A primeira solicitação feita pela Fortescue de licenciamento ambiental para a construção de uma usina de hidrogênio verde foi para o Ceará. A empresa apresentou seu primeiro Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para licenciar seu projeto no Complexo do Pecém.
O secretário Salmito Filho destaca que o Nordeste brasileiro, em especial o Ceará, pelo fator de complementaridade, ou seja, a presença de energia eólica e solar juntas, reúne as condições para ter o hidrogênio verde mais competitivo do mundo. “Nós temos com essas vantagens naturais a possibilidade de produzir o hidrogênio verde mais barato do mundo”, destaca. Segundo ele, previsões indicam que o quilo de hidrogênio verde produzido no Nordeste tenha um preço de cerca de 3 dólares.
Ainda de acordo com o secretário, o Ceará está entre os estados do Brasil mais avançados no processo para iniciar a produção do hidrogênio verde, sendo o que possui a maior quantidade de memorandos de entendimentos, um tipo de contrato preliminar. São 32 até o momento.
Salmito faz um resumo dos momentos que o estado já passou na corrida pelo hidrogênio verde, em que fase está agora e o que resta para que de fato esse recurso comece a ser produzido. Ele lembra da construção do Hub de Hidrogênio Verde do Ceará, criado em 2021 ainda no governo de Camilo Santana (PT), que realizou e provocou estudos demonstrando as vantagens comparativas e a competitividade internacional do estado e também começou a prospectar investidores.
“Não estamos mais na fase dos estudos, tivemos depois a fase dos memorandos, agora é a fase dos licenciamentos. Assim que a empresa tiver o licenciamento, vai poder começar a fazer o investimento para começar a produzir o hidrogênio verde”, explica.
O titular da pasta do Desenvolvimento Econômico ressalta algo essencial para que o setor comece a existir de fato: uma regulamentação. Segundo ele, o governo do Ceará está promovendo um diálogo institucional que envolve Empresa de Pesquisa Energética, Ministério de Minas e Energias, Ministério da Fazenda, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Câmara dos Deputados, Senado Federal e Presidência da República. “Nós precisamos desse desenho jurídico para garantir a segurança dos investidores. Nós desejamos agilidade máxima. Desejamos que neste semestre já exista uma legislação. Imaginamos que por medida provisória possa ser mais rápido”, pontua.
A nível estadual, o governador Elmano de Freitas (PT) enviou projeto de lei à Assembleia Legislativa que institui a Política Estadual do Hidrogênio Verde e cria o Conselho Estadual de Governança e Desenvolvimento da Produção de Hidrogênio Verde.
Viagem à China
Nesta segunda (4) uma comitiva do Governo do Estado iniciou agenda na China, incluindo o governador Elmano de Freitas e o secretário da SDE Salmito Filho. Sobre a viagem, Salmito disse na entrevista ao O Estado que não podia divulgar nada que não estivesse rigorosamente confirmado. Porém, adiantou que deve haver encontros com empresas chinesas e algumas confirmações de investimentos, incluindo na área de energias renováveis e hidrogênio verde.
(Igor Magalhães)

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