Coluna do Macário Batista para o dia 13 de setembro de 2023



O Piauí perde na origem a luta pela Serra Grande
Professor da Ibiapaba, pesquisador do assunto há muitos anos, João Bosco Gaspar, levantou que essa tentativa do Piauí de querer ser dono da Serra Grande vem desde Dom João V. Vamos partilhar com ele as ultimas descobertas que fez, levantando a inglória intentona do vizinho. A PRIMEIRA DERROTA DO PIAUHY SOBRE AS TERRAS DA IBIAPABA - ANO DE 1718. HÁ EXATOS 305 ANOS, O PIAUHY TENTA ANEXAR AO SEU TERRITÓRIO, À HISTÓRICA CUESTA DOS TABAJARAS. Engana-se quem pensa que a disputa pela Ibiapaba entre o Piauhy e o Ceará teve início em 1880. Trata-se de uma obsessão antiga por parte dos nossos vizinhos, remonta ao início do século XVIII. Essa querela envolveu diretamente o Colegiado do Conselho Ultramarino e a figura do próprio rei de Portugal, Dom João V. Persuadido por uma petição “fantasiosa” de Bernardo Carvalho de Aguiar, mestre-de-campo das conquistas do Maranhão e Piauhy, encaminhada ao reino em outubro do ano de 1718, Dom João V decidiu o seguinte: “Representando-me o mestre-de-campo [do Maranhão e Piauhy] as grandes extorsões que nelas tinham feito os índios de corso nossos inimigos, arrasando as fazendas dos seus moradores e matando muito deles, até mesmo alguns missionários, como o padre Amaro Barbosa, e fazendo também muitos desacatos às imagens de uma igreja em que tinham entrado, e entendendo a estas razões, ao fato de ser a única guerra que havia notícia no Brasil e à necessidade de lhe por fim, resolveu el-Rei a 13 do presente mês de outubro [1718], que se executasse esta proposta, [emitindo a seguinte Ordem Régia]. Ordem del-Rei D. João V para Salvador Álvares da Silva, capitão-mor do Ceará, [determinando] que se “deve anexar a aldeia da Serra da Ibiapaba, [pertencente ao Ceará], à jurisdição da capitania do Piauhy”. Essa deliberação, porém, não chegou a ser cumprida, graças aos protestos do povo do Ceará. O capitão-mor do Ceará, a câmara do povo do Ceará (Aquiraz), os missionários da Companhia de Jesus, e sobretudo os índios da grande nação tabajara, conseguiram reverter a situação. No ano de 1720, os índios Dom Jacó de Sousa e Castro (governador dos índios da Ibiapaba), o mestre de campo Dom Felipe de Sousa e Castro (filho de Dom Jacó), o capitão Estevão de Sousa e o Superior da Missão Jesuítica da Ibiapaba, o padre João Guedes, embarcaram para Lisboa com o fito de tratar diretamente com o rei sobre o assunto. O primeiro passo para a revogação da Ordem Régia de 1718 foi a “desconstrução da petição fantasiosa” de Bernardo Carvalho de Aguiar. No seu parecer, o padre João Guedes argumentou o seguinte: “O que o mestre-de-campo procurava era a sua conveniência, pois suponha que daquela maneira teria à sua ordem todos os índios da aldeia, que utilizaria nos seus currais e na condução das suas boiadas para a Bahia e Minas”. Diante do empasse, o rei resolveu ouvir o Colegiado do Conselho Ultramarino, composto naquela ocasião, pelos seguintes membros: (01) Dom Manuel Rolim; (02) António de Albuquerque; (03) António Rodrigues da Costa; (04) Cristóvão da Costa Freire; (05) Duque de Cadaval; e (06) Dom Lourenço de Almeida (Um presidente, quatro Conselheiros e um Secretário). Somente o Conselheiro Cristóvão da Costa Freire, ex-governador do Maranhão, votou favorável ao pedido de Bernardo Carvalho de Aguiar, cinco Conselheiros votaram a favor do Ceará. Em seu voto, o Conselheiro António Rodrigues da Costa, argumentou o seguinte: “O prejuízo que poderia advir à aldeia da serra da Ibiapaba, se se executasse a resolução del-Rei que a mandava desmembrar da jurisdição da capitania do Ceará e uni-la à do Paiuhy”, pois o que pretendia, de fato, Bernardo Carvalho de Aguiar, com relação aos índios, “era ocupá-los nos seus currais como guardadores do seu gado e outros serviços particulares”. António Rodrigues votou pela “conservação da aldeia da serra da Ibiapaba no seu antigo estado, o que pediam os índios com lágrimas e gemidos” [não queriam ser do Piauhy]. O Conselheiro D. Lourenço de Almeida, em seu voto, disse o seguinte: “Que de nenhuma maneira se devia desanexar da jurisdição do Ceará Grande para o Maranhão [o Piauhy fazia parte do Maranhão] a Serra da Ibiapaba, pois era a única barreira que servia de defesa à capitania do Ceará, impedindo-a de ser invadida pelo gentio bravo”. Em seu voto, o Conselheiro Duque de Cadaval, disse o seguinte: “Que, desanexada a grande aldeia da Ibiapaba da Capitania do Ceará, a largariam os índios voltando para os sertões [não queriam ser do Piauhy], como já o haviam feito, o que seria grande perigo para as suas almas”, lembrando que o mestre-de campo Bernardo Carvalho de Aguiar, foi “movido pela sua conveniência e não pelo serviço del-Rei”. Diante da decisão do Colegiado do Conselho Ultramarino, a Ordem Régia de 1718 foi REVOGADA, e o mestre de campo do Piauhy, Bernardo Carvalho de Aguiar, foi duramente repreendido por ter envolvido o Conselho Ultramarino em assuntos do seu próprio interesse. Afora a revogação da Ordem Régia de 1718, os índios da aldeia da Ibiapaba ainda conseguiram (em 1720) a doação de “TODA A TERRA QUE FICA EM CIMA DA SERRA” como parte integrante da jurisdição do seu território, desde a ladeira da Uruoca (entre Granja e Viçosa) ao lugar Itapevuna (Guaraciaba do Norte), abraçando as vertentes orientais e ocidentais da imensa cuesta cearense. Essa questão, portanto, como se pode observar nas fontes primárias da história, já vem decidida desde 1718. Fonte: Livro “Os Manuscritos do Arquivo da Casa de Cadaval Respeitantes ao Brasil, volume II". O Duque de Cadaval era membro do Conselho Ultramarino de Portugal. Professor João Bosco Gaspar, é um estudioso da questão e não vê, como o Piauí tenha algum direito sobre terras cearenses. De outro turno,é um Estado mal-agradecido. Ganhou o mar de Parnaiba, que era nosso e nunca mandou dizer nem muito obrigado.

A frase: “Mangabeira Unger deixa o PDT. Muito voto perdido.” Militante anarquista opinando.

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13 de setembro (Nota da foto)
Hoje é lembrada a penúltima aparição da Virgem de Fátima, em Fátima,Portugal. A primeira foi a 13 de maio e a última a 13 de outubro. A Igreja reconhece os milagres e o Papa Francisco até canonizou, Francisco e Jacinta. Lúcia viveu até os 97 anos e revelou os segredos que da Santa.

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