Para deputados, ficar como oposição é questão de coerência

 

Os pedetistas alinhados ao deputado federal André Figueiredo (PDT), assim como ao atual e ao ex-prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT) e Roberto Claúdio (PDT), que formam o grupo oposto a Cid Gomes, defendem o comando do PDT no Ceará por Figueiredo, que reassumiu a liderança do partido na segunda-feira (2) ao destituir Cid do cargo, acirrando a divisão dentro da sigla.


O deputado estadual Antônio Henrique (PDT) explicou que Figueiredo estava de licença da presidência estadual do partido por quatro meses e poderia retornar a qualquer momento. Porém, admitiu que o retorno foi mesmo para intervir nas ações de Cid. “O André sentiu que a condução (do partido) não estava conforme o que tinha sido combinado e ele voltou à presidência.”


Sobre o acordo firmado para Cid presidir o partido no Ceará, Henrique disse que havia condições que tinham de ser atendidas.  Uma delas seria a tarefa de fortalecer o partido no interior do estado. Na capital, o combinado seria o partido apoiar o nome do prefeito Sarto para a reeleição. “Para uma pessoa disputar a reeleição, é preciso que haja apoio primeiramente dos ‘de casa’, depois abraçar os de fora que queiram nos ajudar. A gente percebeu que não estava sendo dessa forma”, disse.


O próprio Andre Figueiredo chegou a dizer que havia “três premissas básicas” para o PDT no Ceará, que não estariam sendo seguidas: o avanço rumo a pacificação interna do partido; a não emissão de carta de anuência para  nenhum integrante da sigla; nenhuma aproximação com o governo Elmano sem uma prévia conversa entre ele (Figueiredo), Carlos Lupi, Cid Gomes e Elmano de Freitas.


Durante o período como presidente estadual do partido, Cid concedeu carta de anuência ao presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), deputado Evandro Leitão (PDT), nome cotado para disputar a Prefeitura de Fortaleza, o que abriria caminho para um possível concorrente de Sarto no pleito. Além disso, Cid teria pautado o apoio formal ao Governo do Estado durante a reunião do diretório na última sexta-feira (29), quando membros do grupo contrário a ele se retiraram do local após uma briga.


Henrique defendeu que o partido mantenha a posição que tem hoje em relação ao governo na Alece, estando dividido: de treze deputados estaduais do PDT, dez são da base do governo e três são da oposição. “O governo está muito bem com o apoio dessa base do PDT, assim como nós estamos bem fazendo nosso papel de oposição (...) os três deputados dialogam bem com os outros dez, cada um respeitando o posicionamento do outro.”


Para o deputado Queiroz Filho (PDT), manter o posicionamento de ser oposição ao Governo do Estado seria uma questão de coerência com o que foi defendido no período eleitoral. “Não fomos apoiadores desse projeto”, disse. O deputado Antônio Henrique reforçou essa tese, ao dizer que fica na oposição “por entender que nós fomos escolhidos para contribuir com esse papel de oposição. Acredito que a oposição contribui muito para o governo.”

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