"Nós somos abençoados por ter essa mina, mas, nessa região, nós encontramos uma população que tem um dos menores IDH do Ceará; uma situação que precisa de assistência e investimento e essa mina trás essa oportunidade. É uma saída de desenvolvimento para a população. É uma oportunidade de ter acesso viário, energia, água e, principalmente, emprego em um nível diferenciado de renda".
As palavras acima são de Adão Linhares, secretário-executivo de Energia e Telecomunicações da Secretaria de Infraestrutura do Estado do Ceará (Seinfra). Ele se refere ao Projeto Santa Quitéria, que pode abrigar “a maior mina de urânio do Brasil”. De um lado, esse projeto é visto como uma oportunidade de gerar desenvolvimento para toda a região. Do outro, há críticas de alguns grupos quanto aos riscos ao ambiente e à saúde da população atingida.
Cidadão quiteriense, Linhares é um dos apoiadores do empreendimento, que, segundo ele, trará vários benefícios sociais e econômicos à região, além de beneficiar também diversas áreas da economia brasileira, como a geração de energia e agricultura.
O secretário afirmou que o Brasil terá a chance de despontar como um grande produtor de urânio e fosfato, beneficiando a indústria de fertilizantes. De acordo com os dados do projeto, o total de fosfato que será extraído da fazendo Itataia será suficiente para abastecer cerca de 50% da demanda do Norte e Nordeste.
Sobre a segurança do projeto, questionada pelos grupos contrários, Linhares defendeu que é preciso “se informar melhor”. "O Projeto Santa Quitéria não tem os riscos que teve em Minas Gerais, em Mariana ou em Brumadinho. Não tem essa represa de rejeitos do minério, o processo é seco e, inclusive, mais barato e eficiente para o fosfato e para a separação do urânio, que, nesse estágio de desenvolvimento de mineração, não tem nenhuma radiação superior ao que já está lá hoje", explicou.
O secretário também falou sobre um dos pontos de maior preocupação da população local: a questão da água. De acordo com Linhares, a tecnologia que será utilizada no projeto não trará a necessidade de barragem para reservação de água e rejeito, reduzindo a necessidade de maior volume de água anteriormente prevista. "A água utilizada será do açude Edson Queiroz, conhecido como Serrote. Está prevista para o projeto a construção de uma adutora, que será para atender as comunidades como Grossos, Riacho das Pedras e Lagoa do Mato, essa última, a comunidade mais próxima do local do projeto".
O projeto
Visando a formação de um complexo minero-industrial, o Projeto Santa Quitéria deve fazer tanto a extração quanto a concentração do minério e industrialização de fosfato e urânio, que serão transformados em produtos para produção de alimentos e geração de energia. No final de setembro, o governador Elmano de Freitas (PT) assinou memorando de entendimento com o Consórcio Santa Quitéria para o Projeto avançar.
Conforme o documento, as consorciadas se comprometem em realizar “todos os monitoramentos e controles necessários para a garantia da segurança de suas operações e das comunidades do entorno, seguindo a legislação aplicável e as melhores práticas”.
O empreendimento ainda aguarda a Licença Prévia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) para ser continuado.
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