O dia

 


Cês sabem que toda quinta feira desço de casa pra pegar minhas coisas na feira livre cá nas barrancas da Igreja da Saúde,  atrás do prédio de bacanas com 52 andares e muita pompa e muito din din. Só que hoje acordei meio intrigado com uns diabos de umas baratinhas voadoras que resolveram vir aqui em casa. Como aqui quase não tem comida que fique exposta, eis que como muito na rua e quando cozinho deixo tudo muito limpo, descobri que elas vêm, provavelmente, nas embalagens do super mercado. Olhe, não escrevo sobre a presença delas, raro, mas há; é que as danadas são sabidas e me conhecem. Ontem mesmo havia uma flanando nas proximidades da geladeira; quando me viu o pé foi um raio. -Lá vem o animal, deve ter dito. Só que  a descarga de inseticida que levou ao se esconder foi tão violenta que em 5 segundos voltou pro campo de luta e morreu heróicamente. Juro: ela saiu de sob o móvel pronde havia se homiziado e me encarou nos estertores da morte. Veio com cara de macho. Valente. Não sei se me olhou, mas ali mesmo apagou.

Então, como hoje é quinta feira, desço pra feira da Saúde sob um sol borocochô, abre um olho, fecha o outro e vai levando. Calor que todo mundo reclama, menos eu que adoro o frio,  pra vestir roupa bonita e ter uma desculpa pra tomar um vinho, mas no calor, se você não sabe, nosso Padre Antonio Vieira, o nosso, aqui do Iguatu, Icó, Ibicatu, Três Bodegas, ensinava que uma cana esquenta quando tá frio e esfria quando tá quente. Ou como diz o outro padre, aqui do Rio Grande do Norte...Viva Deus e morra o Cão.

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