A turma do Cid aguarda posição do PSB para definir partido
Em reunião nessa segunda-feira, grupo adiou escolha sobre nova sigla para 15 de janeiro. Apesar de impasse, o PSB tem preferência
O senador Cid Gomes, em reunião com seu grupo de aliados nessa segunda-feira (18), decidiu adiar a escolha quanto ao novo partido. Ficou definida uma nova data para a decisão: 15 de janeiro. Os partidos mais cotados para receber os pedetistas dissidentes continuam sendo PSB e Podemos, com uma maior preferência do grupo para a primeira opção.
Em novembro, Cid e seus aliados no PDT decidiram deixar o partido. O grupo, formado por um senador, deputados federais, deputados estaduais, prefeitos e alguns vereadores têm buscado uma nova sigla desde então para migrar coletivamente.
Entretanto, um impasse está causando a demora na definição e que ficou em evidência nessa última reunião. Cid e seus aliados querem sair do PDT. Porém, a possibilidade de uma aliança entre PDT e PSB seria um problema. Esses dois partidos estudam a formação de uma federação a nível nacional para 2026. Além disso, discutem uma troca de apoio nas eleições de 2024: se o PDT apoiar a candidatura do prefeito João Campos (PSB) em Recife, o PSB deve apoiar o prefeito José Sarto (PDT) em Fortaleza. Cid espera que o PSB Nacional descarte essa possibilidade, já que Sarto faz parte do grupo oposto ao grupo do senador no PDT Ceará.
Esse impasse também mobilizou o presidente do PSB Ceará, Eudoro Santana, aliado de Cid, que buscou obter independência da sigla que comanda a nível estadual. A Executiva Estadual do PSB divulgou uma nota afirmando que o PSB Ceará “apoiará o candidato a prefeito de Fortaleza que será lançado pelo conjunto de partidos que apoiam o Governo de Elmano de Freitas e o Projeto do ‘Ceará Cada Vez Mais Forte’”. A mesma nota faz um convite público para Cid e o grupo se filiarem ao partido, declarando que o PSB Ceará “se encontra de portas abertas” para recebê-los.
Antes do início da reunião de ontem, o deputado federal Eduardo Bismarck ressaltou as vantagens do PSB para o grupo. "Eu sempre acho que o PSB tem um privilégio, porque é o partido que mais se parece com o PDT. Seria o menos traumático em termos ideológicos, em termos de posicionamento político de centro-esquerda. Tem outro privilégio que é ser presidido pelo Eudoro Santana, que é pai do Camilo (Santana). Esses dois pontos sempre tendem mais para os parlamentares, vejo que é do coração das lideranças", disse.
O parlamentar também citou o Podemos, sigla comandada pelo seu pai no Ceará, o prefeito de Aracati, Bismarck Maia, que também é um aliado do grupo de Cid. "O presidente Bismarck também já colocou o Podemos de portas abertas", afirmou.
Cid também afirmou que as legendas mais prováveis até agora para receber o grupo são PSB e Podemos. "Os (partidos) em que há conversas já avançadas são esses dois, mas nós recebemos sugestões, convites de outros partidos, e vamos colocar tudo isso aqui", relatou, ainda antes da reunião dessa segunda-feira.
O líder do grupo de dissidentes do PDT Ceará ainda revelou que pretende estar aliado ao PT nas eleições de 2024. Aliás, a aliança com o PT foi um dos motivos para o “racha” no PDT no Ceará. O grupo de Cid deseja manter a aliança entre as siglas, inclusive compondo a base do governador Elmano de Freitas (PT). "Tudo que eu estou fazendo é para preservar, restabelecer e resgatar uma aliança que a gente tem aqui, histórica, com o PT. Não só com o PT. Com o PP, com o PSD, vários partidos que têm sido tradicionais aliados nossos", disse.
Em relação a decisão final do grupo sobre o destino partidário, Cid reafirmou que essa escolha será tomada de forma coletiva. "Quem decide é o coletivo. O meu papel é prestar as informações dos contatos que foram feitos e o coletivo irá decidir". Sobre a saída do PDT, o senador afirmou que a escolha é irreversível.
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