Deram ouvidos aos Idilvan

 


Dissidentes do PDT devem adiar escolha de novo partido
Aliados de Cid afirmam que a decisão não deve ocorrer no dia 4, como estava previsto. Podemos e PSB seguem como siglas mais cotadas
A decisão dos aliados do senador Cid Gomes (PDT) sobre o partido para o qual devem migrar após deixar o PDT deve ser postergada. Foi o que alguns dos pedetistas dissidentes relataram ao O Estado esta semana. Cid tinha uma meta de reunir o grupo na próxima segunda-feira (4) para tomar uma decisão a respeito do futuro partidário após conversas com lideranças de partidos. Ao que tudo indica, ainda levará mais tempo para essa definição. Os pedetistas ouvidos pela reportagem também falaram sobre como estão as negociações com as possíveis legendas.
No último dia 14 de novembro, o grupo - formado por 43 prefeitos, 13 deputados estaduais em exercício e suplentes, 5 deputados federais em exercício e suplentes e um senador - confirmou a saída em bloco do PDT. Agora, eles buscam uma nova sigla; a escolha deve ser coletiva, é o que o grupo vem defendendo.
“Não vejo andamento de conversas para a gente ter outra reunião”, afirmou o deputado estadual Guilherme Landim (PDT). Ele integra uma comissão do grupo que ficou encarregada de articular as negociações com dirigentes partidários. “Essa semana não teve andamento nenhum. A gente espera se reunir semana que vem para começar a deliberar de maneira mais firme em relação a essa decisão”.
A comissão esteve em Brasília na semana passada para tratar dessas articulações, havendo conversas com lideranças do Podemos e do PSB. “Foram conversas boas, mas ainda não sentamos para fazer uma avaliação conjunta com todo mundo”
De acordo com o parlamentar, um critério importante para a escolha do partido deve ser a “segurança”. “É o que, infelizmente, a gente não tem dentro do PDT, porque não tem respeito à maioria, a democracia interna do partido não existe. O que a gente quer em um novo partido é isso: segurança para o grupo que entrará, se for majoritário, ter mantida as suas decisões. É só isso que a gente quer”, afirmou.
Segundo Landim, uma condição que o grupo pediu aos partidos para uma possível filiação foi essa “segurança” e tanto Podemos como PSB garantiram isso. No entanto, ele disse haver outros pontos que ainda precisam ser discutidos.
Landim também citou algumas vantagens entre os partidos. No caso do PSB, ele disse existir “uma afinidade completa com a nossa linha de pensamento” e lembrou que muitos membros do grupo já foram do partido, inclusive ele mesmo, tendo saído da sigla de forma pacífica.
Em relação ao Podemos, afirmou que, apesar do partido estar mais no campo da direita no passado, atualmente, a nível nacional, é aliado do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e oferece independência aos diretórios estaduais. “(O partido) tem essa visão muito clara de que, em cada estado, a (Executiva) Nacional vai respeitar o que for melhor para o partido no estado”, disse.
A deputada estadual Lia Gomes (PDT) também apontou o Podemos e viu ainda mais vantagens nele do que no PSB. Ela acredita que, afinal, o critério da escolha deve ser mais “pragmático”, ou seja, levando em conta a viabilidade dos interesses de todo o grupo em um novo partido, diante das eleições municipais de 2024. “O Podemos é o partido que tem a maior possibilidade de abrigar o grupo todo”, declarou.
Para ela, no Podemos seria mais fácil evitar disputas internas sobre as candidaturas nas eleições para prefeitos e vereadores no próximo ano, já que a sigla tem menos diretórios municipais. “O Podemos é o partido que traz mais liberdade de organização, porque é um partido novo aqui no estado do Ceará. Em vários municípios, (o Podemos) não tem nenhuma estrutura, o que não acontece com o PSB, que é um partido já mais antigo (no Ceará) e que já tem algumas pessoas bem competitivas, com possibilidade de ganhar. (O PSB) não conseguiria abrigar algumas pessoas do PDT, que também são competitivas”, explicou.

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