Buenos Aires (Ar) -
O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, deve anunciar na 2ª feira (11.dez.2023) um pacote de 14 medidas para tentar conter a crise econômica do país sul-americano. O chamado “plano motosserra” inclui propostas para cortar gastos do governo e aumentar impostos sobre importações. As informações são do jornal argentino Clarín.
Milei toma posse na Casa Rosada no domingo (10.dez.2023). Durante a campanha, focou seu discurso nos problemas econômicos da Argentina. Sua principal bandeira no período eleitoral era a dolarização da economia. O plano não está na reforma rascunhada, mas algumas das medidas que serão anunciadas visam a frear o Banco Central.
O pacote foi costurado por Milei –que é economista– em conjunto com o futuro ministro da Economia, Luis Caputo. Foi apresentado ao restante do gabinete do libertário na 6ª feira (8.dez). Consideradas urgentes, as medidas não precisarão do aval do Congresso.
Dentre os principais pontos do plano, estão medidas para desvalorizar o câmbio oficial, elevando dólar comercial para cerca de 600 pesos. Esse valor seria taxado em 30%, fazendo com que a moeda chegue à população cotada próxima aos 800 pesos. É menos do que os argentinos hoje pagam no câmbio paralelo, o “dólar blue” –aproximadamente 965 pesos.
Outra proposta é congelar o Orçamento de 2023 para controlar os gastos e impedir o avanço da inflação, atualmente em 142,7% no acumulado de 12 meses. Com os gastos congelados, o financiamento de universidades e os salários públicos não serão reajustados.
Para incentivar privatizações, o governo de Javier Milei converterá empresas públicas em sociedades anônimas. O Executivo avalia que a medida facilitará a venda das estatais. Ainda no corte de gastos da União, Milei e Caputo decidiram proibir obras públicas, exceto se feitas com aportes externos.
Impacto econômico
Um dos efeitos colaterais do plano é a desaceleração da economia em 2024. Segundo o futuro ministro Luis Caputo, o pacote terá um impacto de US$ 25 bilhões e deve levar a um corte de 5,5% do PIB (Produto Interno Bruto) da Argentina.
Caputo disse ainda que a “âncora do programa é fiscal” e que o governo visa a fechar o ano que vem com deficit zero.
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