Mudou tudo. O discurso de Milei na campanha, era uma facada fake
Já n a posse de Milei não muda "aliança" com Brasil de Lula, dizem fontes
Nos bastidores do governo brasileiro ainda é aguardado um pedido de desculpas, além da carta entregue. Já Milei quer manter Argentina com Brasil no Mercosul.
No governo brasileiro a percepção é que as relações bilaterais acabarão mantendo seu curso normal, apesar das declarações feitas por Javier Milei durante a campanha presidencial. Ele dizia que seu governo não manteria relações com governos "socialistas" ou "comunistas", indicando que os empresários teriam liberdade para comercializar com qualquer país, mas que sua administração faria suas próprias escolhas.
Neste domingo (10), para sua posse como presidente, Milei atraiu a representação da extrema-direita. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, e o presidente do partido espanhol Vox, o deputado Santiago Abascal, estão entre os convidados de Milei para a cerimônia da sua chegada à Casa Rosada.
A futura chanceler da Argentina, Diana Mondino, e o chanceler do Brasil, Mauro Vieira, se reuniram, neste sábado, no Palácio San Martín, sede do Ministério das Relações Exteriores em Buenos Aires. A futura chanceler da Argentina, Diana Mondino, e o chanceler do Brasil, Mauro Vieira, se reuniram, neste sábado, no Palácio San Martín, sede do Ministério das Relações Exteriores em Buenos Aires.
Mas surgem as perguntas: Milei, que mudou seu discurso de campanha, sugerindo dar uma guinada à direita tradicional, abandonou de vez suas ideias de quando foi candidato à Presidência? É possível 'romper' a relação com o Brasil e a China, principais parceiros da Argentina?
A futura chanceler argentina Diana Mondino tem indicado que o rompimento está descartado. Neste sábado, ela recebeu o chanceler brasileiro Mauro Vieira, representante do governo brasileiro na posse de Milei. Vieira e o embaixador do Brasil na Argentina, Julio Bitelli, são as autoridades brasileiras que estarão na cerimônia. O presidente Lula decidiu não vir, após os ataques de Milei na campanha, quando o chamou de 'comunista' e 'corrupto'. Não há, até agora, encontro previsto entre Lula e Milei, mas a expectativa é que (se Milei 'retirar' o que disse) eles possam se encontrar antes da reunião semestral do Mercosul, que deverá ser em junho em Assunção, no Paraguai.
Enquanto isso, Mondino tem dito que a Argentina quer continuar no Mercosul e manter e ampliar a relação com o Brasil. Em nome de Milei, Mondino respalda os acordos do bloco com outros países - inclusive com a China. Formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia (que acaba de ser integrada ao grupo), o Mercosul tem mantido negociações com outros países e blocos para ampliar, principalmente, seu comércio.
Ao contrário do esperado e do que já tinha sido dito na campanha, Mondino também afirmou, nas últimas horas, que espera que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia seja assinado. Ela mantém diálogo frequente com autoridades brasileiras e esteve em Brasília levando uma carta de Milei para Lula, que ela entregou ao chanceler Vieira no Itamaraty.
Entre a campanha e este dia da posse, Milei 'engavetou' bandeiras como 'dolarização' e 'dinamitar' o Banco Central. Com o tempo se saberá se a festa da ultradireita internacional terá peso nos seus atos de governo - até aqui, ele decidiu manter vários nomes do governo de Alberto Fernández, além de nomes que foram parte do governo do ex-presidente Mauricio Macri. Seu governo promete ter a cara de seu partido A Liberdade Avança (LLA), mas com nomes que já passaram pela Casa Rosada em outras gestões. Em relação ao Brasil e ao presidente Lula, o governo brasileiro acredita que a relação não será abalada - até pelas declarações de Mondino e a guinada à direita tradicional do presidente eleito da Argentina. Falta, porém, o cachimbo da paz entre Milei e Lula.
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