Petistas explicam escolha do candidato em Fortaleza



A disputa interna no PT está acirrada. Fatores como apoio de lideranças petistas e partidos aliados devem ser considerados
Com a filiação do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), o deputado Evandro Leitão, ao Partido dos Trabalhadores (PT), torna-se crescente a disputa sobre o nome que representará o partido na eleição de 2024, que definirá o próximo gestor ou gestora de Fortaleza. Ainda em novembro, o Diretório Municipal do PT decidiu que essa decisão sobre a escolha do candidato da legenda será tomada até março de 2024.
Na segunda-feira (11), Evandro deu entrada no pedido formal de filiação ao PT, que será analisado pela Executiva Estadual amanhã (14). Segundo o deputado e presidente do PT Fortaleza, Guilherme Sampaio (PT), que esteve na reunião em que foi feito esse pedido de filiação, não houve discussões a respeito de uma eventual pré-candidatura. Entretanto, ressaltou que Evandro é “um nome que é uma alternativa para todos os cargos relevantes que o PT venha a disputar, inclusive a Prefeitura de Fortaleza”.
Até o momento, o PT tem pelo menos cinco pré-candidatos: a deputada federal Luizianne Lins; a deputada estadual Larissa Gaspar; o deputado estadual Guilherme Sampaio; o assessor especial de Assuntos Municipais do Governo do Ceará Artur Bruno e, agora, o deputado estadual Evandro Leitão.
Petistas ouvidos explicaram como será o processo interno do PT para escolher um nome entre tantos já postos. Guilherme Sampaio destacou que, até março de 2024, o partido irá buscar um “consenso progressivo”, fazendo uma análise mais refinada da conjuntura política e eleitoral. “A nossa tática inclui construir uma unidade dos partidos da federação e dos partidos da base do governador Elmano de Freitas. Eu vou perseguir essa meta como presidente do PT”, disse.
Segundo o deputado, deve haver um amplo diálogo envolvendo as lideranças petistas, as forças políticas aliadas e também os pré-candidatos. Sem um consenso até o fim do prazo estabelecido, deve ser seguido o que diz o estatuto do partido, podendo ter três formas de definição. “Essa deliberação pode ser feita por meio de um encontro municipal, em que se elegem delegados que fazem o debate político e, ao final, deliberam. Pode ser feita através de prévias. Pode ser feita de acordo com o que disser a Direção Nacional (do PT), a partir de uma deliberação do Diretório, desde que haja dois terços de votos a favor de uma determinada posição”, explicou.
O deputado estadual e líder do PT na Alece, De Assis Diniz (PT), também falou que a conjuntura deve ser avaliada, mas foi claro ao defender que o nome do PT esteja alinhado às forças políticas que ajudaram a eleger o governador Elmano de Freitas (PT). “Nós temos uma candidatura forte no campo da direita. Temos uma candidatura forte na gestão e nós precisamos ter uma candidatura competitiva e forte que aglutine e tenha uma base social concatenada com o palanque eleitoral de 2022”, afirmou.
“Qual é a candidatura que vai estar dialogando com a base de 2022, que levou Elmano a vitória no primeiro turno, que teve a força do Camilo, do Lula e do PT? Só isso não resolvia, nós tivemos um conjunto de partidos que deram sustentabilidade e que garantiram condições para um protagonismo vitorioso no primeiro turno”, completou.
De Assis também foi enfático ao defender que o nome do PT para a eleição em Fortaleza deve ter o respaldo do governador. “As consequências de uma vitória podem dar a tranquilidade para que o Elmano vá para uma sucessão sem sobressalto. Uma derrota pode ter outro resultado. (...) Eu julgo que essa decisão tem que ter a mão dele (de Elmano). Evidentemente, é uma decisão que tem que ouvir Camilo, tem que ouvir Lula, tem que ouvir Guimarães, tem que ouvir as nossas pré-candidaturas”, declarou. Ainda segundo o líder do PT na Alece, não há nenhuma candidatura “natural” no partido. “Para nós, petistas, é mais do que natural o debate”, disse.

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