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Sem diretório, PDT prepara comissão provisória no Ceará

 


O partido ficou sem gestão no estado e deve apresentar em breve os nomes da nova instância. Flávio Torres deve ser presidente estadual
Depois de o ano de 2023 ficar marcado por uma disputa interna pelo comando do partido, o PDT Ceará iniciou 2024 sem uma instância partidária formal, ou seja, sem um órgão responsável pela gestão do partido no estado. Isso acontece porque o último diretório estadual teve a sua vigência encerrada no dia 31 de dezembro de 2023. Até lá, o senador Cid Gomes era o presidente estadual do partido oficialmente, mesmo articulando a sua saída e de grande parte dos filiados do PDT.
No site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é possível consultar dados públicos dos partidos políticos, entre eles, os órgãos internos responsáveis pela sua administração. Uma tabela mostra esses órgãos que estão registrados no TSE, indicando informações como tipo, situação, início e fim de vigência. Consultando os dados do PDT Ceará, é possível observar que a instância mais recente é o diretório estadual que vigorou de outubro a dezembro de 2023, que foi presidido por Cid Gomes. O sistema revela que o órgão consta como “não vigente”, pelo menos até o momento do fechamento desta reportagem.
Agora, o presidente nacional em exercício da sigla, o deputado federal André Figueiredo (PDT), prepara a instalação de uma comissão provisória no Ceará, aos moldes do que foi feito em outras ocasiões no ano passado, no contexto do embate com Cid Gomes pelo comando do partido.
Por meio da Executiva Nacional do PDT, Figueiredo tentou por duas vezes instalar uma comissão provisória no lugar do diretório estadual, no qual Cid tinha o comando da legenda no Ceará. Entretanto, a Justiça Eleitoral derrubou a medida nessas ocasiões, restabelecendo a liderança de Cid a nível de estado.
Diretório e comissão provisória são duas estruturas previstas em lei para a gestão dos partidos políticos, mas têm diferenças. Enquanto o diretório é um órgão eleito em convenção partidária com um prazo determinado de vigência, a comissão provisória é um órgão formado por um número menor de participantes, designado pela executiva do órgão partidário da instância superior, em regra, com prazo de validade por ela determinado.
De acordo com a assessoria de imprensa de Figueiredo, a nova comissão provisória deve funcionar pelos próximos meses, até que seja feita uma nova convenção partidária para eleição do próximo diretório do PDT no Ceará, o que ainda não tem previsão de acontecer.
Os membros do PDT se organizam para apresentar formalmente essa nova comissão nos próximos dias, com todos os nomes que devem compor a instância partidária. Um nome cotado para assumir a função de presidente da comissão é o ex-senador e fundador do PDT Ceará Flávio Torres (PDT), que já exerceu o posto de presidente estadual do partido.
Se confirmada a nomeação de Torres no posto, é ele quem terá a função de liderar o partido nos processos de preparar a agremiação para as eleições municipais deste ano, além de unificar o PDT após a saída em bloco de quadros importantes em meio ao “racha” dentro do partido que vem desde 2022 e buscar manter a importância do partido na política cearense.
Com a debandada no PDT Ceará, o partido perde um senador, quatro deputados federais, 14 deputados estaduais (entre titulares e suplentes), cerca de 40 prefeitos e alguns vereadores. Até o momento, o PSB é a legenda mais cotada para receber o grupo de ex-pedetistas liderados por Cid.
Serviço de Igor Magalhães (OE)
Legenda: Flávio Torres, à esquerda, é o mais cotado para assumir o comando do PDT Ceará na comissão provisória

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