Discurso do prefeito é interrompido por confusão e briga entre vereadores
A sessão solene que abriu o ano legislativo na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) foi marcada por uma confusão generalizada envolvendo agressão entre parlamentares. O discurso do prefeito José Sarto (PDT), previsto no rito da cerimônia, precisou ser interrompido devido à tensão no plenário da Casa.
Enquanto o gestor iniciava sua fala, a vereadora Enfermeira Ana Paula (PDT) ficou em frente à tribuna para uma manifestação sobre cobranças para a área da saúde, ao lado de sindicalistas. Em seguida, apoiadores de Sarto começaram a hostilizar a vereadora para que ela não interrompesse a fala do prefeito. Então, o presidente do Legislativo municipal, vereador Gardel Rolim (PDT), foi até o local para tentar dissuadir Ana Paula. Depois, outra vereadora, Cláudia Gomes (PSDB), tentou interferir, mas foi empurrada por Ana Paula.
Segundo o relato da vereadora Ana Paula, ela teria revidado um primeiro empurrão de Gomes. Rompida politicamente com Sarto, Ana Paula disse que é vítima de perseguição do grupo do prefeito, do seu partido, o PDT, e do Legislativo municipal. “Eu tenho sido duramente perseguida. A Câmara Municipal me adoeceu mentalmente. O machismo na política me adoeceu. Eu estou lutando para sair desse quadro de adoecimento, mas nesse espaço aqui é muito difícil", relatou.
Além da briga com outra vereadora, Ana Paula contou que, ao tropeçar na saída do plenário, teve a calcinha filmada pelo suplente de vereador Júnior Aquino. Já Aquino relatou que foi agredido pela parlamentar, que teria ido na direção dele ao ver que tinha sido filmada.
Após a confusão, Cláudia Gomes deu a sua versão da briga com Ana Paula. Ela relatou que foi empurrada pelo rosto, sem citar o nome de Ana Paula. “Eu, uma mulher, fui agredida por uma colega aqui nessa Casa. Eu não vou nem citar aqui o nome. Graças a Deus, queria agradecer à vereadora Adriana Geronimo (PSOL), que foi quem segurou a outra colega, porque senão eu não sei o que teria acontecido”.
O presidente Gardel Rolim apontou que o episódio foi “um dos maiores constrangimentos” vivenciados dentro da Casa. Ele disse que será necessária uma nova regra, sem dar mais detalhes, para que o Parlamento municipal continue recebendo manifestações, de forma que “não ofendam e desrespeitem nenhum colega vereador nem o Parlamento”. “O Parlamento continuará respeitando e recebendo o servidor público de Fortaleza com muito respeito, mas é necessário que haja um recíproco. Nós precisamos ser respeitados, todos os parlamentares desta Casa, o chefe do Poder Executivo que foi eleito pelo povo de Fortaleza precisa ser respeitado”, destacou.
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