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Bancada do PDT tenta acordo sobre liderança na Alece


Com os deputados pedetistas ainda divididos, os dois grupos precisam resolver impasse e definir o líder da bancada. Prazo é até dia 16

O racha no PDT cearense tem um novo capítulo: a escolha da liderança da bancada do partido na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). Com o início de uma nova sessão legislativa no ano de 2024, os partidos devem apresentar seus líderes ao Parlamento estadual até dia 16 de fevereiro, prazo estabelecido pelo presidente da Casa, deputado Evandro Leitão (PT). Entretanto, os deputados pedetistas, divididos em dois grupos, vivem um impasse.

Dos treze parlamentares, nove são do grupo ligado ao senador Cid Gomes (PSB) e pretendem acompanhá-lo na filiação ao PSB, mas, para isso, aguardam decisão da Justiça Eleitoral ou precisarão esperar até a janela partidária em 2026. Portanto, ainda ficam no PDT por mais um tempo. Além disso, esse grupo faz parte da base do governador Elmano de Freitas (PT). Os outros quatro deputados que seguem o partido fazem oposição ao Governo Elmano e consideram que seu líder não pode ser alguém que quer deixar o PDT.

Atualmente, a liderança da sigla na Alece é do deputado Guilherme Landim (PDT), um dos que estão de saída do partido. O presidente da Comissão Provisória que comanda o PDT Ceará, Flávio Torres (PDT), é a favor de mudar essa situação. Nessa quarta-feira (7), a bancada do PDT esteve reunida para tratar do assunto, mas não houve deliberação porque não foi possível chegar a um acordo, segundo deputados que estiveram na reunião ouvidos pelo O Estado. O grupo deverá se reunir outras vezes para continuar buscando um consenso.

Pelo regimento do Legislativo, o líder é escolhido pela bancada, onde o grupo dissidente tem maioria. Porém, o estatuto do PDT diz que essa definição cabe à bancada junto à Executiva estadual do partido, hoje representada pela Comissão Provisória. “Então, há uma divergência entre quem é maior: o regimento da Casa ou o partido que deu a legenda para nos eleger?”, perguntou o deputado Cláudio Pinho (PDT), que faz parte do grupo minoritário da bancada.

“Nós temos uma posição. Grande parte do grupo tem outra posição, mas nos respeitamos. Eu acho que nós temos que procurar o entendimento com a bancada para não prejudicar ninguém. Quero ver dentro da bancada o que é possível construir para que a gente possa exercer o nosso papel sem também prejudicar o partido. O partido tem que ser prestigiado”, afirmou Pinho.

Guilherme Landim, do grupo majoritário, defendeu a sua liderança e falou do respeito às posições divergentes dentro da bancada pedetista. “O que nós defendemos (...) é que no ano passado a liderança do partido deu a oportunidade a todos os deputados de se manifestar. Nós tivemos uma liderança que deu independência aos deputados. Em nenhum momento nós constrangemos ninguém, dei espaço nas comissões a todos os deputados”, disse.

“Conseguimos que cada um dos deputados do PDT fosse presidente de comissão e o que nós queremos agora é que permaneça dessa forma, que o partido não venha constranger ninguém nem fazer aqui dentro com que a minoria da bancada faça valer a sua vontade em cima da maioria, já que nós, enquanto maioria no ano passado, não quisemos fazer valer a nossa vontade”, concluiu.

Papel da liderança

O líder da bancada de parlamentares de um partido tem uma série de prerrogativas, entre elas, de participar do colégio de líderes da Casa legislativa, fazer comunicações representando toda a bancada, orientar a votação sobre as pautas analisadas pelo plenário, indicar membros para as comissões, entre outras.


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