A Prefeitura de Fortaleza e a Universidade Federal do Ceará (UFC) firmaram uma parceria, nesta quarta-feira (26/06), para que seja realizada a primeira pesquisa diagnóstica sobre a utilização de entorpecentes entre a população da capital cearense. De acordo com o prefeito, José Sarto, o objetivo é “traçar um perfil epidemiológico dos usuários” para que a abordagem das políticas públicas a serem implementadas se baseie em dados científicos. “É um problema que, lamentavelmente, tem sido crescente na sociedade. Desde o uso de drogas lícitas, como é o caso do álcool, até a ascensão dessas drogas que estão devastando a família brasileira”, declarou o gestor do Município.
Na mesma ocasião, também foi assinado um memorando de entendimento com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). De acordo com as informações divulgadas pela administração de Fortaleza, a partir das assinaturas, será possível elaborar políticas públicas voltadas tanto para a prevenção, quanto para o combate ao problema na cidade. A universidade será responsável por investigar as circunstâncias relacionadas com o abuso de substâncias em três linhas de pesquisa: perfil epidemiológico, levantamento de dados transversais de todas as secretarias e pesquisa qualitativa com grupos focais com profissionais de saúde, educação, segurança e de direitos humanos que atuam diretamente com o tema.
Diana Cristina, vice-reitora da UFC, acredita que a pesquisa trará resultados que beneficiarão, inclusive, as gerações posteriores. “Nós como universidade devemos servir ao meio, então essa parceria ajudará na formação de futuros profissionais, e o levantamento de dados cria uma política baseada em evidências e não em achismos”, pontuou.
Já o documento assinado junto ao UNODC, possibilitará a criação da primeira Linha de Cuidado Psicossocial Integrada em Álcool e outras drogas de Fortaleza. “Essa preocupação com o uso abusivo de substâncias é mundial, e em Fortaleza nós temos que agir para que no futuro a situação não se torne semelhante ao que vemos em São Paulo e outras grandes cidades dos Estados Unidos e Europa”, defendeu a titular da Coordenadoria Especial de Políticas Sobre Drogas (CPDrogas), Teka Lenz, acrescentando que a iniciativa é inédita no país.
É importante ressaltar que o sexto mês do ano é marcado pela campanha de “Junho Branco”, que visa conscientizar a sociedade sobre a utilização de drogas. O período faz referência ao Dia Internacional Contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, celebrado em 26 de junho, que foi instituído pela ONU em 1987.
Conforme informações do Canal da Saúde, em Fortaleza, as políticas sobre o assunto são desenvolvidas com base em três vertentes: o de cuidado, que envolve o Centro Integrado de Referência sobre Drogas (CIRD), onde usuários de álcool e outras substâncias encontram acolhimento e são encaminhados para o itinerário terapêutico intersetorial; o de prevenção, que está relacionado com a disponibilização de informações e com ações permanentes para sensibilizar usuários de drogas em situação de rua para o tratamento, por exemplo; e o de reinserção social, que visa facilitar o processo de reabilitação psicossocial daqueles que estão sendo acompanhados pela Rede Intersetorial de Atenção Integral, estimulando a criatividade e o vínculo ao serviço, bem como auxiliando no tratamento.
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