Tiro com arco, natação e bocha estão entre as modalidades que os cearenses vão disputar
Começam na próxima quarta-feira (28. os Jogos Paralímpicos de Paris 2024, que este ano reúnem cerca de 4.400 esportistas com deficiência. Participam do evento, atletas com deficiências motoras, amputados, cegos, além de pessoas que sofreram paralisia cerebral ou possuem alguma deficiência intelectual. Entre eles encontram-se três atletas do estado do Ceará, que fazem parte da delegação brasileira e vão lutar por medalhas em suas modalidades.
A 17ª edição dos Jogos Paralímpicos contará com a maior quantidade de atletas brasileiros em competições internacionais: 280 no total, dos quais 274 fazem parte do programa Bolsa Atleta, ou seja, 97,86% dos convocados. Entre os bolsistas, mais de 63% são beneficiados com a mais alta categoria do programa, a Bolsa Atleta Pódio. Somente no ano de 2023, o valor investido nos atletas das modalidades paralímpicas, referente aos editais de dezembro de 2022 (Bolsa Pódio) e janeiro de 2023 (Bolsa Atleta), foi de mais de R$57 milhões.
Na delegação brasileira está o cearense de Crateús Maciel de Sousa Santos, atleta da bocha, beneficiário do Programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, na categoria pódio. Maciel nasceu com paralisia cerebral, mas encontrou no esporte um meio para enfrentar e vencer os limites. Aos 11 anos começou a praticar a Bocha. Três anos depois, passou a representar o país em competições internacionais. Principais conquistas: ouro no individual BC2 e por equipes BC1/BC2 nos Jogos ParapanAmericanos de Santiago, prata nos pares nos Jogos do Rio 2016; ouro no individual e por equipes no Parapan de Toronto 2015; ouro no individual nos Jogos de Londres 2012.
Natural de Crato, Edênia Nogueira Garcia começou na natação por indicação médica, a nadadora é contemplada com a Bolsa Pódio, do programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte. Paris também marca a sexta participação da cearense em uma edição de Jogos Paralímpicos. A nadadora é a única convocada para o megaevento na França a conquistar a marca, após também ter competido em Atenas 2004, Pequim 2008, Rio 2016 e Tóquio 2020. A atleta já conquistou três medalhas paralímpicas, duas pratas e um bronze, todas na prova dos 50m costas, sua especialidade.
O cearense Eugênio Santana Franco, antes de se tornar arqueiro, em 2009, recebeu um diagnóstico de um tipo grave de inflamação que afeta os tecidos conjuntivos, comprometendo as articulações da coluna e outras regiões do corpo. A obstinação pelo esporte fez dele um vencedor. Beneficiário do programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, na categoria Pódio, iniciou no tiro com arco em 2011 quando desenvolvia estágio de pós-doutorado em Portugal. É o atleta mais experiente da delegação brasileira, foi campeão parapan-americano em Santiago, em 2023.
Antônio Henrique Barreto Lima, natural de Jaguaretama, conheceu o atletismo por meio de competições realizadas na sua cidade natal. Após se destacar em corridas de rua, profissionalizou-se e tornou-se especialista nas provas de 800m e 1.500m. Começou a guiar o atleta Yeltsin Jacques em 2024, quando se mudou para Campo Grande (MS).
Bolsa Atleta
O Bolsa Atleta é um dos maiores programas de patrocínio individual de atletas no mundo. Desde sua criação em 2005 até junho de 2024, já foram investidos R$ 1,77 bilhão em seus beneficiários. Até hoje, 37.595 atletas foram contemplados, e 105 mil bolsas foram concedidas.
O programa garante condições mínimas para que atletas de alto desempenho — que obtêm bons resultados em competições nacionais e internacionais — possam se dedicar, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e às competições locais, sul-americanas, panamericanas, mundiais, olímpicas e paralímpicas.
A categoria Bolsa Pódio, a mais alta do programa, começou a ser paga a partir de 2013. Ela prevê repasses de até R$ 16.629,00 mensais e é destinada a atletas com grandes chances de conquistar medalhas em eventos internacionais, posicionados entre os 20 melhores do ranking mundial em sua modalidade.
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