Foi embora um amigo. Outro.

 


Morreu ontem, aos 92 anos de idade, bem vividos e sofridos, o jornalista Sebastião Nery, querido amigo, parceiro de muitas rodas, conversador, pena leve e pesada, dependendo da medida do que havia pra publicar.
Nery, foi meu convidado para nossa posse no primeiro mandato à frente do Comitê de Imprensa da Assembleia. Em Fortaleza era comensal certo à mesa de Paes de Andrade de quem, como este saudoso colunista era garfo certo copo amigo.
Deixou dezenas de livros sobre o Folclore Político Brasileiro e, no jornal OEstadoCe uma coluna que durou muitos anos.
Uma historia dele - Nery veio a Fortaleza no governo Parsifal Barroso. No taxi, conta ele, do aeroporto Pinto Martins pro hotel,, especulou com o taxista, coisa comum de jornalista que chega a uma cidade que não é a sua. O tagarela do piloto do taxi disse que quem mandava no Ceará era dona Olga Barroso, sobralense mulher do governador. Nery ouviu e anotou. Na volta ao Rio, comentou o assunto na coluna. O secretário mais próximo de Parsifal, era o jornalista Themistocles de Castro e Silva. Zangado, fez um cabograma (sabe o que era cabograma?) pela Western para a Tribuna da imprensa onde Nery trabalhava.
-Para Sebastião Nery -Tribuna da Imprensa - Você que falou mal do Governador; Venha Morrer no Ceará!
Era uma comunicação de valentia do cearense ao que Nery respondeu:
- Jornalista Themistocles de Castro e Silva -Palácio do Governo do Ceará.
Não vou!
Eu o apresentei na Assembleia Legislativa do Ceará contando essa historia para uma plateia qualificada e que lhe comprou todos os livros que havia trazido para autografar, no Comitê de Imprensa.

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