Cid Gomes rompe com governador Elmano de Freitas

 


Fato ocorreu após indicação de petista pelo Palácio da Abolição para o comando da Assembleia Legislativa; espaço era pleiteado por grupo do senador

O senador Cid Gomes (PSB) rompeu com o governador Elmano de Freitas (PT), deixando de integrar a base aliada do Governo do Estado do Ceará. Cid e Elmano se reuniram na última sexta-feira (15), no feriado da Proclamação da República, segundo informou o colunista Erivaldo Carvalho, do portal O Otimista. O rompimento entre os dois foi ainda confirmado pelo O Estado.

O ponto de embate entre os dois foi justamente a ocupação dos principais espaços de poder no Estado do Ceará. Além da Presidência da República com o presidente Lula (PT), o PT também ocupa, a nível estadual, o Governo do Estado e vai ocupar a Prefeitura de Fortaleza, com o prefeito eleito Evandro Leitão (PT), a partir do início do próximo ano.

O PT busca ocupar também a presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), com o nome do deputado estadual Fernando Santana (PT), que foi chancelado pelo Palácio da Abolição, com o aval do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), há cerca de uma semana como o candidato da base aliada para a eleição que definirá o novo presidente da Alece.

Na reunião com Elmano, Cid reivindicou uma posição para seu grupo político na presidência da Alece ou na vaga aberta no Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE). O governador negou o pedido de Cid. Após isso, Cid decidiu pelo rompimento.

Aliados no Governo

O rompimento de Cid com Elmano põe em cheque o espaço que alguns de seus aliados já ocupam no Governo do Estado. Atualmente dois deputados do PDT da ala desse partido liderada pelo senador Cid Gomes estão licenciados dos mandatos parlamentares para comandar secretarias estaduais. É o caso de Oriel Nunes Filho (Pesca e Aquicultura) e Salmito Filho (Desenvolvimento Econômico).

Outro pedetista aliado de Cid que estava comandando uma secretaria do Estado era o deputado federal Robério Monteiro (Recursos Hídricos). Ele se licenciou da pasta por conta das eleições, mas a expectativa seria que ele retornasse à Secretaria depois desse período.

O Estado entrou em contato com um dos parlamentares aliados de Cid para saber se o rompimento com o governo será de todo o grupo. Ele respondeu apontando que “os dados estão rolando”.

Disputa na Assembleia

A sucessão no comando da Alece teria sido o “estopim” para o rompimento de Cid com o Governo. Até a indicação de Fernando Santana (PT) pelo Palácio da Abolição, outros nomes eram cotados nos bastidores para se candidatar à vaga de presidente do Legislativo estadual, além do próprio Santana: Osmar Baquit (PDT); Sérgio Aguiar (PDT); Romeu Aldigueri (PDT); Salmito Filho (PDT) e Guilherme Landim (PDT).

Dividido entre base e oposição ao Governo do Estado, o PDT tem a maior bancada da Alece, com treze deputados estaduais. Desses, nove são aliados de Cid e, até agora, integravam a base de apoio ao governo Elmano. O fato de ser a maior bancada era um dos pontos apresentados pelo grupo para se legitimar ao comando da Assembleia, além de apontar a necessidade de “divisão de poder”.

Antes mesmo das eleições municipais, Cid já dava declarações no sentido de apontar para um “excesso de poder” por parte do PT, de quem foi aliado por cerca de vinte anos. A vitória de Evandro Leitão em Fortaleza gerou expectativa para que um aliado do senador chegasse ao comando da Alece com o apoio do grupo governista. Cid chegou a dizer que não acompanhou as tratativas sobre a sucessão de Evandro.

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