Coluna do Macário Batista em 18 de novembro de 2024

 


Eu contador de causo
Outro dia sentei à mesa para um almoço solitário. O restaurante, especializado em comida portuguesa à base de peixes com foco no bacalhau tinha mesas vazias. Era cedo do sábado. Mesa ao lado, bem vizinho, parede meia, havia uma com placa de reservada. Em meio ao Quinta da Bacalhoa, chegam os contratantes. Pai, Mãe, casal adolescente e a matriarca, mãe de um dos dois do casal. O jovem senhor pediu um vinho e bolinhos de bacalhau para todos. Baixaram os olhos, todos, menos a matriarca e se agarraram com os olhos e os dedos ágeis aos celulares. A senhora, mulher bonita em seus bem cuidados 60,65 anos, no máximo, ficou ao vento. Olhava a decoração, olhava o cardápio, mexia na toalha da mesa, não falava um ái com os parceiros de mesa, vai ver sem querer atrapalhar aquelas gravíssimas missões e nem suspirava. Fui ficando aperreado do juiízo, mais que o normal do meu irriquieto Ferreira da Ponte, ou "Miriquita", sobralense da Praça João Pessoa, que espero não tenha o nome mudado pelo novo prefeito paroquial. Com o Quinta pela metade, explodi com reserva. Levantei, inventando pra mim mesmo uma ida ao toilete, passei pertinho da Senhora e quase sem controle disse baixinho, pra só a mesa ouvir: "Ainda bem que sobrou a senhora com educação à mesa". Fui fuzilado, por 8 olhos pingando sangue. Mas estava na casa do sem jeito. Eu havia feito a desfeita. E estava pronto pra guerra ou pra pedir desculpas. De troco, ganhei um olhar maravilhoso, misto de agradecimento, parceria e cumplicidade. Havia vingado a linda mulher pela deseducação de casa e afagado meu ego de cavaleiro andante, o único Mosqueteiro de Mim Mesmo. Pareceu uma bravata e não estou contando como uma; na Austrália o Ministério da Cultura e Educação está indo mais além que proibir celular nas escolas: quer proibir que menor de 16 anos tenha uma dessas maquininhas do diabo. Pronto. Contei.
A frase: "Má educação gera bons tele espectadores, péssimos eleitores e muitos candidatos". De um arguto observador da cena.
Vida alheia(Nota da foto)
O biógrafo não passa de um escarificador da vida alheia. Nós geramos o que há de melhor no Brasil. Nosso Lira Neto disse na Globo que está terminando a história da vida de Osvalde Andrade. Lira passou quase 6 anos debruçado nos tres livros sobre Getúlio Vargas.
Choro Jazz
O João Bosco e a Lia de Itamaracá estarão no fim do mês no Ceará, em shows de graça em Fortaleza e Jeriquaquara. As datas são 30 de novembro e 8 de dezembo. Melhor correr antes que Jeri acabe.
Uma troca criticada
Mate o homem mas não troque o nome, diz o povo. O reitor da UFC quer tirar o nome do eterno Reitor Martins Filho e botar outro, na Concha Acústica da Reitoria. Tá apanhando.
Praça da Meruoca
Está nas ruas declaração do prefeito eleito de Sobral de que vai tirar o nome Praça de Cuba na cidade. Tudo porque bolsonarista que é, quer agradar ao par, dizendo que lá não tem comunismo.
Pura ignorância
Como o prefeito eleito tá mais pra tabaréu que pra chanceler de uma universidade, o que se espera é que pelo menos restitua o nome pro original Praça da Meruoca. A não ser que não saiba história da cidade.
É perigo
O antigo Hospital da Policia Militar, que numa crise passou a atender o SUS, ser revitalizado e ganhar novos fóruns, volta a dar problema. Um novo dilema lá, enche o Estado de preocupaçoes. Desta vez é gravíssimo.
Furou
Enquanto no Ipu o prefeito Rufino não atendeu, ainda, à recomendação de fazer a transição pro novo governante eleito, em Sobral não há perfume de gardênia que evite o mau cheiro que exala da má vontade entre as partes.

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