Tinha o Chagas. O Chagas era "atirador", fazia o Tiro de Guerra 215 entre vários jovens de 18 anos na Sobral do meu tempo. O Chagas era um pedreiro humilde, muito pobre e cansado do trabalho duro. O Chagas dormia na aula do sargento gasguito, um carioca que ia escapando na cidade. O começo da madrugada do Chagas anunciava mais um dia de areia, tijolo, cimento. Num cochilo, o das três fitas no ombro gritou na sala apinhada de rapazes sonolentos:
Atirador Chagas, o que faz quando acorda? (Era uma aula sobre higiene matinal) E o Chagas, acordando assustado...Abro os olhos, Sargento!!!
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Abri os olhos e liguei a tv. Eram umas 3 e pouco desta manhã. Um chatíssimo humorístico da madrugada permitiu a entrada de um apresentador de jornalismo: - Veja logo mais no Hora 1 ; já acharam 8 corpos da queda da ponte no Tocantins-Maranhão. Foram identificados 16 vitimas da virada de ônibus que matou 43 em Minas. A chuva causa alagamentos e desastres em São Paulo. O MP pede afastamento dos policiais federais que atiraram e balearam um moça de 24 anos que ia, com a família para uma festa de natal.
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Felizmente naqueles distantes anos1960 nem nós, nem o Chagas tínhamos aparelhos de televisão em Sobral.
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