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Lésbica e casada com imigrante: quem é a candidata extremista alemã
Alice Weidel foi escolhida para disputar o governo da Alemanha
Imagem: Jens Schlueter/AFP
Candidata do partido ultradireitista AfD (Alternativa para a Alemanha) para as eleições antecipadas de fevereiro, a extremista Alice Weidel tem ideias radicais.
Apoiada pelo bilionário Elon Musk, ela defende o fechamento das fronteiras e a deportação em massa de imigrantes do país europeu.
Quem é e o que propõe Alice Weidel
A candidata de extrema direita foi escolhida para disputar o governo da Alemanha. A aprovação ocorreu neste sábado (11), por aclamação entre os cerca de 600 delegados do partido AfD. A convenção aconteceu na pequena cidade de Riesa, no estado da Saxônia, um dos redutos do partido.
Sigla extremista aparece na segunda colocação das pesquisas. Os levantamentos mais recentes apontam que o AfD tem 22% das projeções de votos. As pesquisas são lideradas pelos conservadores da CDU/CSU, com cerca de 30% das preferências.
Weidel manifestou seu plano de promover "deportações em larga escala", caso seja eleita. A candidata apresentou ontem, na convenção da AfD, o que chamou de "plano de futuro" para o país europeu. Em discurso após ser escolhida, declarou: "Se chamam de remigração, então será remigração". Pela Constituição, ninguém pode ser discriminado com base na sua origem familiar, étnica e nacional, raça ou língua.
Ela também propõe o afrouxamento das políticas ambientais. Segundo Weidel, a AfD deseja "derrubar todas as turbinas eólicas" e reativar as usinas nucleares e o gasoduto Nord Stream, utilizado para a importação de gás natural vindo da Rússia até o início da guerra na Ucrânia.
Weidel é casada com uma imigrante e neta de juiz nazista. Antes da vida na política, estudou economia e administração, além de ter trabalhado no banco Goldman Sachs. Ela é casada com Sarah Bossard, natural do Sri Lanka, e mãe de dois filhos. O avô paterno da candidata era um importante juiz nazista, segundo o jornal "Die Welt".
A ultradireitista afirma que Adolf Hitler, líder Partido Nazista, era comunista. A A avaliação surge em meio às críticas de que o AfD tem ideias nazistas. Para ela, a identificação do regime nazista como um movimento de "nacional-socialismo" reflete que não era um pensamento de extrema direita. Segundo Weidel, Hitler e os nazistas eram "socialistas", e não "nacionais". A ideia de que o nacional socialismo alemão era comunismo habita o universo populista há anos
Weidel tem apoio do bilionário Elon Musk. Figura presente na campanha de eleição do republicano Donald Trump, nos Estados Unidos, o dono da Tesla e do X promoveu uma live para pedir votos a Weidel nas eleições gerais, marcadas para 23 de fevereiro. "Só a AfD pode salvar a Alemanha", disse ele.
Inteligência alemã classifica o AfD como "instituição suspeita". O BfV (Escritório Federal para a Proteção da Constituição) avalia que o partido abriga extremismo de direita. A sigla é frequentemente acusada de abrigar neonazistas, e alguns de seus diretórios estão sob monitoramento por suspeita de violar os valores constitucionais da Alemanha.
Manifestantes se posicionaram contra o AfD durante a convenção. A polícia alemã estima que cerca de 10 mil pessoas se reuniram para denunciar os planos do partido na sede do congresso que confirmou a candidatura de Weidel. "Não aos nazistas", gritavam os manifestantes.

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