MPCE deflagrou operação que mirou envolvidos no esquema e cumpriu oito mandados de busca e apreensão contra servidores e ex-servidores da Assembleia
Nessa segunda-feira (20), por meio da Procuradoria de Justiça dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), o MPCE deflagrou a segunda fase da Operação “Simulatio” e cumpriu oito mandados de busca e apreensão contra servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).
Conforme as investigações, no esquema, os salários de assessores parlamentares eram usados para pagamento de dívidas feitas pelo deputado com um advogado que atua como agiota. Para quitar os empréstimos, o deputado oferecia cargos de assessor parlamentar no seu gabinete para o advogado indicar nomes. Em troca, os assessores “fantasmas” indicados repassavam ao agiota parte dos salários recebidos para pagar os empréstimos feitos pelo deputado.
OLHO: Para pagar empréstimos, deputado oferecia cargos de assessor parlamentar no seu gabinete para agiota indicar nomes. Em troca, assessores fantasmas repassavam parte dos salários recebidos para pagar empréstimos feitos pelo deputado
A operação dessa segunda-feira cumpriu mandados nas residências dos suspeitos, localizadas nos municípios de Fortaleza e Maracanaú. Foram apreendidos celulares, computadores e documentos que irão subsidiar as investigações conduzidas pela Procap. A ação contou com apoio da Polícia Civil.
A segunda fase da Operação Simulatio é um desdobramento de ação anterior ocorrida em 2023 e se concentrou no núcleo operacional do esquema, atingindo os funcionários fantasmas que repassaram os valores para o agiota.
A Operação Simulatio recebeu esse nome pelo fato de a investigação ter revelado a existência de funcionários fantasmas que simulavam trabalhar na Assembleia Legislativa, mas, na verdade, apenas serviam para repassar valores para o agiota que emprestava dinheiro para o deputado investigado.
O Estado procurou, por meio da assessoria de imprensa, a Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) para um posicionamento sobre esse caso. Em nota, a Casa informou que as investigações correm sob sigilo e não há, até o momento, nenhuma comunicação oficial à Alece sobre o assunto. “A Casa aguarda o desenrolar das investigações colocando-se à disposição dos órgãos de fiscalização para as apurações que se fizerem necessárias”, disse a Alece, na nota.
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