Bolsonaro diz esperar que Trump ajude a reverter sua inelegibilidade
Ex-presidente afirma que Trump pode colaborar, mas não detalha como isso seria possível
247 – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste sábado (18) que espera contar com a ajuda de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, para reverter sua inelegibilidade no Brasil. A declaração, reportada pela Folha de S. Paulo, foi feita durante uma conversa com jornalistas no aeroporto de Brasília, após Bolsonaro acompanhar sua esposa, Michelle Bolsonaro, que embarcou para a posse de Trump, marcada para segunda-feira (20).
"Trump já tem influência no mundo todo da presença dele. Primeiros-ministros que estão caindo, Hamas fazendo acordo, o [Justin] Trudeau renunciou. No México, grandes apreensões foram feitas. Gostaria de apertar a mão dele, não daria pra conversar, mas, com toda certeza, se ele me convidou, ele tem a certeza que pode colaborar com a democracia do Brasil afastando inelegibilidades políticas, como essas duas minhas que eu tive", afirmou Bolsonaro, visivelmente emocionado por não poder participar do evento.
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Bolsonaro, que está inelegível até 2030 por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), evitou especificar como Trump poderia influenciar na questão, mas associou a situação ao que chamou de “lawfare”, mencionando semelhanças entre os desafios enfrentados por ele e pelo ex-presidente americano. "Só a presença dele, o que ele quer, só ações. Não vai admitir certas pessoas pelo mundo perseguindo opositores, o que chama de lawfare, que ele sofreu lá. Grande semelhança entre ele e eu", declarou.
Restrições legais e expectativas frustradas
Na sexta-feira (17), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um recurso da defesa de Bolsonaro para recuperar seu passaporte e participar da posse de Trump. Moraes justificou a decisão apontando o risco de fuga do ex-presidente, que já foi indiciado por suspeita de envolvimento em uma trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, Moraes destacou a ausência de comprovação do convite oficial para o evento nos Estados Unidos.
Bolsonaro também se posicionou contra a possibilidade de ser obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica, o que classificou como uma tentativa de “humilhação”. "Eu sou preso político, apesar de estar sem tornozeleira eletrônica. Espero que a sua Excelência [Moraes] não queira colocar em mim, para humilhar de vez, uma tornozeleira eletrônica. Estou sim constrangido", declarou.
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